postado em 20/02/2009 16:21
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de S. José dos Campos (SP), Adilson dos Santos, e o secretário-geral da Conlutas, Luiz Carlos Prates, chegaram nesta sexta-feira a Brasília dispostos a ficar em vigília para tentar conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as demissões na Embraer. Ontem, a empresa demitiu 20% do seu efetivo alegando impactos da crise financeira internacional.
"Vamos ter que mobilizar os trabalhadores e parar a Embraer, porque não é possível aos trabalhadores aceitar essa situação lá em São José dos Campos" , afirmou Santos.
Santos e Prates ameaçam deflagrar greve se o governo federal não tomar medidas que evitem novas exonerações. Para eles, é fundamental Lula interferir no processo. Segundo os sindicalistas, uma alternativa seria a edição de MP (medida provisória). Mas eles não detalharam o conteúdo do texto.
"Seria necessário que o governo editasse imediatamente uma medida provisória que garantisse o emprego dos trabalhadores porque se ele [Lula] tem dado muito dinheiro para os banqueiros e para os empresários, quem está pagando são os trabalhadores, que estão sendo demitidos", disse Prates. Ontem a Embraer resolveu demitir cerca de 4.200 funcionário, o equivalente a aproximadamente 20% do efetivo de 21.362 empregados, alegando dificuldades decorrentes da crise financeira internacional.
Os cortes se concentram na mão-de-obra operacional, administrativa e lideranças, incluindo a "eliminação de um nível hierárquico de sua estrutura gerencial." A Embraer também revisou suas estimativas para 2009. A empresa calcula entregar 242 aeronaves no período (ante 270 na previsão anterior), com uma receita prevista de US$ 5,5 bilhões (ante US$ 6,3 bilhões). Por conta da redução da estimativa de receita, a empresa refez sua previsão de investimentos para US$ 350 milhões neste ano (ante R$ 450 milhões).