postado em 20/02/2009 16:51
A elevada aversão ao risco que dominou o ambiente de negócios da semana empurrou o dólar comercial para sua maior cotação do ano. Nas últimas operações desta sexta-feira, a moeda americana foi vendida por R$ 2,395, em alta de 1,82%. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 2,520, com avanço de 2,02%.
Seguindo uma prática estabelecida desde pelo menos a semana passada, o Banco Central evitou intervir no mercado de câmbio nesta jornada. No final da tarde, porém, a autoridade monetária programou leilões de venda de dólares com recompra programada para os meses de maio, junho e julho. As operações estão previstas para a próxima quinta-feira.
Analistas citam duas explicações para justificar a alta das cotações nos últimos dias. Primeiro, a preocupação do mercado internacional com a solvência de grandes bancos americanos e europeus. A gravidade da situação chegou a tal ponto que o termo "estatização", impensável até há alguns meses, tornou um termo corrente no debate entre especialistas de repercussão mundial. Nesse quadro, há a fuga dos investidores para os títulos do Tesouro americano, ainda vistos como um "porto seguro" num cenário turbulento.
Profissionais de mercado também destacam a ação de grandes agentes financeiros, que detém contratos futuros de moeda, e que ganham com a desvalorização do real. Esses agentes financeiros aproveitariam o quadro de nervosismo generalizado para puxar as cotações da moeda americana e auferir ganhos.
Juros futuros
O mercado futuro de juros, que serve de referência para as tesourarias dos bancos, rebaixou as taxas projetadas para 2009. Entre as principais notícias do dia, a inflação medida pelo IPCA-15 foi de 0,63%, pouco abaixo das expectativas do mercado financeiro (0,63%). Esse índice é visto como uma prévia do índice oficial para o regime de metas de inflação.
No contrato com vencimento em abril de 2009, a taxa projetada recuou de 12,16% ao ano para 12,14%; no vencimento de janeiro de 2010, a taxa projetada foi mantida em 10,92%; no contrato com o vencimento de janeiro de 2011, a taxa prevista avançou de 11,34% para 11,40%.