Economia

Vale quer aproveitar a crise e reduzir custos de projetos

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postado em 20/02/2009 16:53
Assim como a Petrobras, a Vale projeta investir menos em função da mudança no cenário econômico, que trouxe a reboque a redução nos custos e serviços. A mineradora prevê recursos de US$ 14 bilhões em 2009, mas o diretor financeiro e de relações com investidores, Fabio Barbosa, ressaltou que a companhia está buscando a redução do custo do investimento. "O que estamos buscando é fazer os projetos de forma mais barata. É um trabalho que exige esforço e debate. Não iremos revisar ou deixar de fazer qualquer projeto já previsto anteriormente. Vamos preservar nosso programa de investimento", afirmou o executivo, em coletiva na qual detalhou os resultados de 2008, no qual a companhia obteve lucro líquido recorde de R$ 21,2 bilhões. Barbosa explicou que a redução de custos é possível devido à alteração no ambiente econômico em função da crise financeira. Ele lembrou que diante da forte demanda observada até o terceiro trimestre de 2008, as empresas tinham que pagar custos adicionais para garantir determinados equipamentos. O diretor evitou mencionar metas relativas às reduções de custos que a mineradora pretende obter. A Vale investiu, ao todo, US$ 10,2 bilhões no ano passado, volume recorde na história da companhia. Fabio Barbosa comentou que vem sendo observado recuperação da demanda chinesa no início de 2009. Em função disso, a Vale já projeta embarques recordes para a China neste primeiro trimestre, em torno de 30 milhões de toneladas. No restante do mundo, porém, o executivo disse que ainda não há sinais de retorno da demanda. "Não há mudança de cenário. É um sinal animador, mas as vendas para outros mercados continuam mais baixas", destacou. Ao todo, a Vale estima que exportará 50 milhões de toneladas de minérios no primeiro trimestre. O recorde da companhia ultrapassa as 80 milhões de toneladas, no terceiro trimestre de 2008. Em relação ao efeitos da crise sobre o contingente de pessoal, Barbosa garantiu que "a Vale não contempla demissões nos próximos meses". Ele lembrou que o acordo fechado entre a mineradora e 15 sindicatos no país garante estabilidade a 30 mil funcionários, pelo menos até maio. O diretor comentou ainda que, ao contrário de 2008, a Vale não vai tomar posição à frente de outras empresas nas negociações sobre ajustes nos preços do minério de ferro. "Vamos aguardar as discussões entre as demais empresas produtoras e os clientes para entender com mais clareza o mercado. Está clara que nossas perspectiva é aguardar as discussões", observou. Sobre rumores de que a Vale teria interesse em ativos da ArcelorMittal no Brasil, Barbosa descartou, por ora, qualquer possibilidade nesse sentido. "Não analisamos, neste momento, e essa questão nem foi colocada à mesa", completou.

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