Jornal Correio Braziliense

Economia

Lula quer que Embraer explique demissão de funcionários

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se reunir na próxima semana com os dirigentes da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), que ontem (19) demitiu 4.200 funcionários, o equivalente a 20% do quadro de pessoal. Irritado com a notícia, Lula quer explicações da fabricante de aviões sobre as dispensas. Hoje (20), durante reunião com ministros da área social, o presidente reafirmou que está indignado com as demissões. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), Adilson dos Santos, e o secretário-geral da entidade, Luiz Carlos Prates, estiveram hoje no Palácio do Planalto para reclamar. Eles não se encontraram com Lula, como queriam. Porém, cobram do governo que interfira na decisão da empresa. O principal argumento dos sindicalistas é que a Embraer tem projetos financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que é um banco público. De acordo com o BNDES, no ano passado, o banco disponibilizou US$ 542 milhões para a Embraer exportar seus aviões 90% da produção vai para o mercado externo. O financiamento é uma condição para a empresa participar de licitações internacionais, já que precisa oferecer financiamentos s empresas importadoras. A Embraer toma emprestado o dinheiro com o BNDES e repassa ao importador, que paga diretamente ao banco. Segundo o Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio a Embraer (MDIC), a Embraer foi a terceira maior empresa exportadora do Brasil em 2008, com U$5,7 bilhões em exportações, o equivalente a um crescimento de 21,03%. Em comunicado, a Embraer justificou as demissões com a crise financeira mundial. Segundo a empresa, é "inevitável efetivar uma revisão de sua base de custos e de seu efetivo de pessoal, adequando-os nova realidade de demanda por aeronaves comerciais e executivas". "A Embraer expressa seu profundo respeito s pessoas que ora deixam suas posições na empresa. Respeito pelo trabalho que desenvolveram, pelo tempo de convívio profissional e pessoal, pelo momento difícil que atravessam", diz o comunicado.