Economia

Governo americano detalha plano de ajuda aos bancos

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postado em 23/02/2009 13:22
São Paulo - O governo dos EUA apresentou nesta segunda-feira (23/02), em um comunicado, detalhes do programa de ajuda ao setor bancário anunciado no último dia 10. Segundo o texto, o governo vai "garantir que os bancos tenham o capital e a liquidez [oferta de dinheiro] que precisem para oferecer o crédito necessário para restaurar o crescimento econômico". O programa começa a ser implementado nesta quarta-feira (25/02). O programa anunciado no dia 10 deste mês apresentou um processo em e três etapas que pode chegar a US$ 1,5 trilhão. Sob o programa, diz o documento divulgado hoje, as necessidades de capital por parte dos maiores bancos dos EUA "serão avaliadas sob um ambiente econômico mais difícil". "Caso essa avaliação indique que um novo aporte de capital será necessário, essas instituições terão a oportunidade de se voltarem primeiro para fontes privadas de capital." "Caso isso não seja possível, o aporte de capital será oferecido pelo governo", diz o texto. A oferta, no entanto, não deverá ser mantida em uma base contínua --ao invés disso, ele ficará disponível para servir como um suporte para eventuais perdas maiores que o esperado, "caso ocorram devido ao ambiente econômico mais severo", e para servir de apoio para empréstimos a tomadores com boa classificação de crédito. O capital do governo virá na forma de ações preferenciais obrigatoriamente conversíveis, que serão convertidas em ações comuns somente se for necessário com o tempo "para manter os bancos em uma posição bem capitalizada", diz o documento. O governo informou ainda que os recursos já disponibilizados pelo governo sob o Tarp (Programa para Alívio de Ativos Problemáticos, na sigla em inglês), o programa de US$ 700 bilhões aprovado no ano passado, também podem ser incluídos na troca pelas ações preferenciais obrigatoriamente conversíveis. "A conversão permitirá a instituições a manter ou elevar a qualidade de seu capital." O comunicado informa ainda que o governo está determinado a "preservar a viabilidade de instituições financeiras importantes para o sistema". "Atualmente, os bancos americanos tem excesso de capital em relação ao requisitado para serem considerados bem capitalizados. Esse programa pretende garantir que essas grandes instituições bancárias tenham capital suficiente para desempenhar seu papel crucial em nosso sistema financeiro em uma base contínua e apoiar a recuperação econômica, mesmo em um ambiente econômico mais desafiador que o previsto", diz o comunicado do governo. Estatização. O comunicado ainda afirma que, "como a economia funciona melhor quando as instituições financeiras são bem geridas no setor privado, o pressuposto fundamental do programa é o de que os bancos devem permanecer em mãos privadas". Com essa afirmação, o governo procura atenuar os rumores de que o setor bancário americano estaria a ponto de ser estatizado. O diário financeiro "The Wall Street Journal" informou hoje que o governo dos Estados Unidos pode estatizar parte do Citigroup em uma tentativa de evitar a quebra da instituição, elevando sua participação de 25% para 40%. Na semana passada já circulavam rumores de estatização; o presidente do Comitê Bancário do Senado dos EUA, Christopher Dodd, disse na sexta-feira (20) que alguns bancos dos EUA podem estatizados "por um período curto", para que possam atravessar a crise econômica. "Eu não acho isso bom, de forma alguma, mas posso ver que é possível que venha a acontecer", disse Dodd, segundo a rede de TV especializada em economia Bloomberg. "Estou preocupado que acabemos por ter de fazer isso, ao menos por um curto período." Neste ano 14 bancos americanos já fecharam, segundo o FDIC. O caso mais recente é o do Silver Falls Bank, que tinha US$ 131,4 milhões em ativos e US$ 116,3 milhões em depósitos. O FDIC aprovou um acordo com o Citizens Bank, do mesmo Estado, que assumirá o total dos depósitos. O Citizens Bank também aceitou comprar US$ 13 milhões em ativos, com o FDIC absorvendo o restante. O órgão avalia em US$ 50 milhões o custo da falência, a segunda no Oregon em uma semana.

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