Economia

Portabilidade faz com que empresas ofereçam bônus, prêmios e aparelhos grátis para manter cliente

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postado em 24/02/2009 15:00

A portabilidade numérica escancarou o ringue montado pelas operadoras na disputa de clientes. Promoções sempre existiram, mas agora o usuário ;todo-poderoso;, dono do número do telefone ; e que pode levá-lo para qualquer empresa ; está sendo assediado como nunca. Prova disso é o bombardeio de promoções realizado pelas companhias de telefonia fixa e móvel. Diante de tanta informação, o Correio fez um levantamento das principais ofertas e vantagens que um usuário de celular ou telefone fixo tem se trocar de operadora.

Na telefonia móvel, quase todas as empresas estão oferecendo bônus equivalente ao valor da franquia ou recarga para falar com outros números dentro da rede da operadora. Algumas dão aparelhos gratuitos ou descontos na compra de um novo telefone. Há até sorteio de prêmios. Na telefonia fixa, o mote são as ofertas convergentes, que agregam telefone fixo, banda larga e, em alguns casos, TV por assinatura. Mas é preciso cautela na hora de usar a portabilidade. É preciso colocar na ponta do lápis as ofertas oferecidas na eventual mudança de operadora, para ter certeza de que é vantajoso.

Mesmo sabendo que podem sair perdendo com a portabilidade, as operadoras fazem um balanço positivo do sistema implantado no Distrito Federal neste mês. Até o dia 16 ; últimos dados divulgados pela ABR Telecom, entidade administradora da portabilidade numérica no Brasil ;, foram feitos 1.697 pedidos de portabilidade na telefonia fixa, dos quais 394 foram concluídos. A telefonia móvel registrou 3.070 solicitações e 1.067 efetivações.

A diferença entre os dois balanços é explicada tanto para o prazo que as empresas têm para concluir o processo de migração, que é de até cinco dias úteis, quanto pela desistência de alguns clientes, seduzidos por benefícios oferecidos pela operadora original. Na telefonia fixa, o problema é a impossibilidade de migração por causa da falta de cobertura de algumas operadoras, a exemplo da GVT e da Embratel ; que opera em Brasília com o NET Fone via Embratel ; que não tem redes em todo o DF.

A única operadora que divulgou ganhos com a portabilidade no DF foi a GVT. Até as 16h da última sexta-feira, ela havia recebido 671 pedidos no DDD 61. No país, foram mais de 116 mil ativações, o que corresponde a 42% do total de números portados na telefonia fixa em todo o país.

A Embratel não divulgou números do DF, mas comemora ter 39% do total de números fixos portados no Brasil. ;A cada número doado, estamos recebendo 11 novos números;, ressalta Maria Teresa Azevedo Lima, diretora executiva da Embratel em Brasília. Para ela, a grande vantagem da empresa é o telefone fixo sem assinatura básica, o NET Fone;, destaca.


Oferta de novos serviços

O poder do consumidor é tão grande que a Vivo criou uma oferta de banda larga móvel para atender a demanda. ;Muitos clientes estão nos procurando para migrar não só o número do celular, mas também seus serviços de dados. A partir disso, lançamos uma campanha que oferece 50% de desconto nos três primeiros meses para números portados e estendemos o benefício a nossos clientes da base;, ressalta João Truran, diretor da operadora no Centro-Oeste. A Claro também lançou promoção semelhante (veja quadro).

Luiz Antonio Vale, coordenador do grupo da implementação da portabilidade numérica da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não avalia números, mas garante que não foi detectado nenhum problema. Apesar de muitos clientes já terem pedido a transferência, ele acredita que a portabilidade só vai começar para valer a partir de 12 de março, data em que as empresas terão que iniciar uma campanha institucional sobre o tema. Segundo Vale, para reduzir custos e uniformizar as informações, as operadoras podem fazer a divulgação conjunta por meio das entidades representativas do setor.

Padronização
Algumas empresas criaram soluções para que o cliente saiba se o número para o qual está ligando pertence à mesma operadora. A TIM e a Claro têm toques diferenciados nas ligações entre números da mesma rede. A Oi fez o inverso e informa quando o número discado não pertence à sua rede. Pelo regulamento da Anatel, as operadoras têm a obrigação de informar ao cliente se o número pertence à sua rede pela central de atendimento e pelo site da empresa. Mas como seria inviável fazer essa consulta a cada ligação, algumas empresas lançaram um serviço diferenciado. A Anatel elogia a iniciativa das empresas, mas a agência quer padronizar os toques.

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