Economia

Economia do Reino Unido registra contração de 1,5% no 4° trimestre

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postado em 25/02/2009 09:12
A economia britânica registrou contração de 1,5% no último trimestre de 2008, anunciou o ONS (Escritório Nacional de Estatísticas) nesta quarta-feira (25/02). O dado confirma, assim, a estimativa inicial e o aprofundamento do Reino Unido na recessão. O ONS ainda revisou o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, apontando um retrocesso de 0,7%. O índice anterior mostrava uma queda de 0,6%. Os dois trimestres consecutivos de contração da atividade confirmam que o Reino Unido está em recessão pela primeira vez desde 1991. A queda do PIB no último trimestre de 2008 foi a maior desde 1980. Na segunda-feira (23/02) o o jornal britânico "The Daily Telegraph" informou que o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, vai anunciar nesta semana um novo plano de resgate bancário estimado em 500 bilhões de libras (US$ 730 bilhões). Brown divulgará uma série de medidas para garantir os "ativos tóxicos" dos principais bancos do país que incluem uma injeção de 14 bilhões de libras no mercado hipotecário através do banco Northern Rock, diz a reportagem. No dia 19 do mês passado, o governo britânico anunciou um segundo pacote para o setor bancário, sem divulgar, no entanto, o valor da nova ajuda. O pacote requer que os bancos identifiquem os investimentos de maior risco e paguem uma tarifa para poder garanti-los com recursos do governo. Para o ministro das Finanças do Reino Unido, Alistair Darling, o plano foi necessário porque o pacote anterior, anunciado em outubro, de US$ 54,5 bilhões (R$ 127 bilhões), não deu o estímulo esperado ao fluxo de crédito. O primeiro plano realizou a nacionalização parcial de bancos como o RBS e o Lloyds TSB/HBOS. "Profunda recessão" O Banco da Inglaterra (BC britânico) informou no último dia 11 que o Reino Unido está em uma "profunda recessão". "As projeções mostram que um relaxamento maior da política monetária pode ser necessário. Isso provavelmente vai incluir ações destinadas a aumentar a oferta de dinheiro a fim de estimular a normalização de gastos", disse o presidente do BC britânico, Mervyn King. A declaração foi vista como sinal de que a instituição estaria disposta a imprimir dinheiro para dar impulso à economia. O Reino Unido não deve voltar a apresentar crescimento econômico até o fim deste ano, segundo as projeções do banco. Até lá, a queda nos juros, o aumento da oferta de dinheiro, a queda da libra em relação a outras moedas, os recuos já registrados nos preços das commodities e os esforços combinados no mundo todo para descongelar os mercados de crédito devem começar a dar frutos, segundo o BC britânico. O Banco da Inglaterra avalia que o pior momento da recessão deverá ser o segundo trimestre deste ano, quando o PIB deverá apresentar queda de 4%, com o enfraquecimento do mercado de trabalho e o aumento da incerteza sobre os níveis de consumo no país. O banco, no entanto, não descarta a possibilidade de que o crescimento econômico demore mais a voltar. "Os riscos em torno da projeção para crescimento (...) refletem a possibilidade de que, no período das projeções, as autoridades britânicas e estrangeiras sejam apenas parcialmente bem-sucedidas na melhoria da disponibilidade de crédito e na recuperação da confiança dos consumidores e das empresas."

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