postado em 26/02/2009 14:07
As Bolsas europeias fecharam em alta nesta quinta-feira (26/02). Os papéis do setor bancário lideraram os ganhos, após dias de perdas; os preços baixos das ações dos bancos atraíram compradores.
A Bolsa de Londres fechou em alta de 1,73% no índice FTSE 100, indo para 3.915,64 pontos; Bolsa de Paris subiu 1,78% no índice CAC 40, indo para 2.744,84 pontos; a Bolsa de Frankfurt teve alta de 2,51% no índice DAX, operando com 3.942,62 pontos; e a Bolsa de Milão registrou alta de 2,24% no índice MIBTel, que foi para 12.774 pontos; a Bolsa de Amsterdã subiu 1,35% no índice AEX General, que ficou com 223,67 pontos; e a Bolsa de Zurique subiu 1,45%, com 4.770,78 pontos, no índice Swiss Market.
"Volatilidade é o nome do jogo no mercado atualmente. Há incerteza e estamos fazendo negócios seguindo qualquer notícia", disse o estrategista Peter Dixon, do Commerzbank, ao site especializado no setor financeiro MarketWatch.
As ações do Royal Bank of Scotland tiveram alta de 25,5%. O banco informou hoje que teve um prejuízo de 24,137 bilhões de libras (cerca de US$ 34,412 bilhões) no ano passado, o maior da história empresarial britânica. Em comunicado divulgado hoje à Bolsa de Londres, o RBS informou que o prejuízo contrasta com os lucros de 2007, quando chegaram a 7,303 bilhões de libras (US$ 10,412 bilhões).
O banco explica que, devido à crise, o RBS fará um plano de reestruturação para recuperar sua força. Assim, se centrará em operações menores no Reino Unido e cortará os custos do grupo. O novo diretor-executivo do RBS, Stephen Hester, disse hoje que o plano "ajudará a reduzir o risco para os acionistas".
"Estamos, certamente, em uma posição privilegiada para reestruturar o grupo com o apoio do governo britânico. Com esse privilégio, há responsabilidades que temos intenção de cumprir. Temos muitas decisões difíceis pela frente", comentou.
As ações do Lloyds Banking tiveram ganho de 31%, e as do Barclays subiram 7%. Os papéis do HSBC Holdings subiram 7%.
As ações do banco suíço UBS subiram 16%, depois de informar que o ex-executivo-chefe do Credit Suisse, Oswald Gruebel, vai assumir a direção do banco.
Hoje o governo britânico apresentou um plano de garantias dos ativos bancários podres (de difícil pagamento), que ajudará os fragilizados Royal Bank of Scotland (RBS) e Lloyds Banking Group (LBG) com quantias colossais para assegurar a liquidez.
O Estado garantirá pelo menos 325 bilhões de libras de ativos podres. Cobrirá 90% das perdas geradas por estas ações, além de uma franquia de 19 bilhões de libras. Em tese, as novas ajudas elevariam a participação do Estado a até 95% do capital, segundo o diretor geral do RBS, Stephen Hester.
O Barclays (que até o momento não recorreu ao Estado para uma recapitalização) também pode recorrer à garantia governamental. O presidente do Banco da Inglaterra (o BC britânico), Mervyn King, admitiu hoje que é "impossível dizer" quanto capital será necessário para amparar o sistema bancário britânico, mas isso dependerá muito da situação econômica internacional. "Isso não é algo fácil de fazer ou que possa ser feito rapidamente. Seria necessária uma análise mais extensa e detalhada (...). Certamente levará, na minha opinião, muitos meses", disse.