Economia

Mantega: inadimplência não é motivo de preocupação e bancos devem emprestar

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postado em 26/02/2009 17:09
O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse nesta quinta-feira (26/02) que o aumento da inadimplência das empresas e famílias brasileiras em janeiro e fevereiro é um movimento normal para esta época do ano. A pesquisa de crédito do Banco Central, divulgada hoje, mostrou que a inadimplência das pessoas físicas atingiu 8,3% dos financiamentos, o maior patamar desde maio de 2002. Outro levantamento, da Serasa, mostrou hoje que a inadimplência das empresas subiu 12,5% em janeiro em relação a dezembro de 2008. Na pesquisa do BC, o aumento foi de 11%. "Eu não vi a inadimplência super alta. Eu vi uma pequena elevação. É normal que em janeiro e fevereiro haja isso. Você tem vencimentos de pagamentos de IPTU, IPVA. Isso não significa nenhuma deterioração importante da economia brasileira", afirmou o ministro. Mais cedo, o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, também afirmou que o indicador se encontra em um patamar baixo e considerado normal pelo governo. Crédito O ministro da Fazenda também cobrou dos bancos brasileiros o aumento dos empréstimos e a redução dos juros e spread bancário. O spread é a parcela que embute os custos dos empréstimos, o que inclui impostos, risco de calote e lucro dos bancos. Segundo a pesquisa do BC, no mês passado houve queda dos juros, dos spreads e aumento do crédito para pessoa física. Já para as empresas, os resultados foram no sentido contrário, com juros e spread mais altos e menos crédito. "Os bancos estão emprestando de menos para o meu gosto. Deveriam estar emprestando mais e poderiam estar baixando mais as taxas de juros do que estão aí", afirmou. O ministro afirmou que os bancos estão fazendo previsões de aumento da inadimplência acima do que vem sendo verificado. Esse é um dos fatores que vem contribuindo para dificultar a queda dos juros e o aumento do crédito. "O que tem acontecido é que eles (os bancos) têm sido pessimistas nas previsões de inadimplência e depois a inadimplência acaba sendo menor que a prevista, mas aí eles já cobraram o spread mais elevado por conta disso." *Crescimento* O ministro disse ainda que vai continuar perseguindo a meta de crescimento de 4% prevista no Orçamento deste ano. Ele criticou as previsões mais pessimistas de crescimento feitas per economistas dentro e fora do Brasil. Para Mantega, essas previsões refletem mais o cenário internacional do que a situação real da economia brasileira. "Continuo acreditando que vamos ter crescimento positivo neste ano. Vamos continuar perseguindo a maior taxa de crescimento possível", afirmou. "Eu tenho repetido que os 4% não é uma mera previsão de economista. É uma meta a ser alcançada a partir de um trabalho do governo. E também depende de outros condicionantes. Estamos esperando que os americanos consigam dar uma solução para a crise financeira, um encaminhamento aos problemas que eles criaram e até agora não foram solucionados."

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