Economia

Produção industrial do Japão tem queda recorde de 10%

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postado em 27/02/2009 09:29
A produção industrial do Japão teve queda recorde de 10% no mês de janeiro em comparação ao mês anterior - a maior queda de mês a mês já registrada no país desde 1953. Segundo informou nesta sexta-feira (27/02) o Ministério da Economia, Comércio e Indústria, este foi o terceiro mês consecutivo de queda. O recorde até então era a queda de 9,8%, registrada em dezembro do ano passado. O governo apontou a redução nas exportações e no consumo interno como os principais motivos para a queda. Ao todo, 16 setores pesquisados tiveram cortes de produção. O setor de componentes eletrônicos sofreu contração de 21,8% e o de equipamentos para transporte reduziu a produção em 17,3%. O governo fez uma projeção para os próximos meses e disse que o recuo será menor. Ele calcula uma queda de 8,4% para fevereiro e 2,8% para março. No entanto, Hideki Matsumura, analista sênior do Instituto de Pesquisas do Japão, disse que a redução na produção também deve ficar por volta dos 10% em fevereiro. No acumulado do primeiro trimestre, o economista prevê uma queda de 22% na produção industrial em relação ao último trimestre de 2008. "E em março, o nível de produção vai ser 40% menor em relação ao mesmo mês do ano passado", afirma. "Essas estatísticas são péssimas", lamenta. Mas Matsumura acredita numa recuperação da indústria japonesa a partir de março. "A produção industrial deverá ter uma ligeira recuperação no segundo trimestre deste ano", diz o especialista. "Porém, por causa da valorização do iene, as exportações não vão se recuperar este ano", prevê. Exportações e consumo O índice de exportações da indústria, também divulgado nesta semana, apresentou queda recorde com contração de 11,4% em janeiro em relação ao mês anterior. A redução das exportações fez com que o país apresentasse um déficit comercial de 952,6 bilhões de ienes (US$ 9,9 bilhões) em janeiro, o mais alto desde que os dados começaram a ser registrados. O Japão é hoje muito mais dependente das exportações do que na década passada, e esses dados atestam a gravidade da recessão que atingiu a segunda maior economia do mundo. Como era de se esperar, os japoneses também estão gastando menos. Outro relatório divulgado nesta sexta-feira diz que houve uma queda de 5,9% nos gastos domésticos em janeiro em comparação há um ano atrás. Segundo o Ministério da Comunicação e de Assuntos Internos do Japão, o gasto médio das famílias japonesas em janeiro foi de 291.440 ienes (US$ 2.959). Essa redução é a maior desde que o Japão anunciou estar em recessão, em novembro do ano passado. Transporte e comunicação foram os itens que tiveram a maior queda no consumo, chegando a 15% menos em relação a janeiro de 2008. Desemprego menor Apesar das perdas na indústria, nas exportações e no consumo, o desemprego caiu. A taxa de desemprego em janeiro, revelada nesta sexta-feria, foi de 4,1%, menor que a de dezembro, que ficou em 4,3%. Economistas previam para o começo de 2009 um índice em torno de 4,6%. Segundo o governo, a ligeira queda ocorreu por causa do aumento do número e donas de casas que começaram a trabalhar meio período para complementar a renda familiar. Os números, no entanto, continuam altos em comparação há um ano. Até o final de dezembro de 2008 havia no país 2,77 milhões de pessoas desempregadas, um aumento de 8,2% em relação a 2007.

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