postado em 02/03/2009 09:00
O banco britânico HSBC - maior da Europa em termos de capitalização - anunciou nesta segunda-feira (2/03) um aumento de capital de 12,5 bilhões de libras (US$ 18 bilhões), depois de registrar uma queda de 70% do lucro líquido em 2008, para US$ 5,728 bilhões. O aumento de capital é o maior da história do Reino Unido.
O HSBC anunciou ainda o fechamento da maioria das agências de crédito ao consumidor HFC e Beneficial nos Estados Unidos, o que representará a demissão de 6.100 trabalhadores.
O grupo também revelou uma redução de 28,9% dos dividendos em dólares para o ano de 2008, a 64 centavos, o que representa uma queda de 15% em libras esterlinas.
O gigante bancário britânico anunciou que os gastos por desvalorização de créditos e créditos de risco chegaram a 24,937 bilhões de dólares em 2008, uma alta de US$ 7,695 bilhões em relação a 2007.
Bancos
O resultado do HSBC chega depois das divulgações pouco animadoras do setor bancário britânico na semana passada. O grupo bancário britânico Lloyds apresentou na sexta-feira (27/02) um lucro de 819 milhões de libras (US$ 1,162 bilhão) em 2008, uma queda de 75% frente ao ano anterior.
Um dia antes o Royal Bank of Scotland (RBS) apresentou um prejuízo de 24,137 bilhões de libras (cerca de US$ 34,4 bilhões) referente a 2008, o maior da história empresarial britânica.
Empregos
No último dia 23, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) informou que o setor financeiro suprimiu pelo menos 325 mil postos de trabalho no mundo desde agosto de 2007, uma tendência que deve se estabilizar nos próximos meses. "Cabe esperar que as perdas de empregos aumentem mais rapidamente, a medida que a economia mundial se aprofunde na recessão e que as instituições financeiras sofram, cada vez mais, importantes desvalorizações de ativos", disse a diretoria da OIT, Elizabeth Tinoco, em um comunicado divulgado à época.
As demissões de quase 130 mil pessoas, ou seja, 40% do total no setor financeiro, foram anunciadas nos últimos cinco meses, segundo um relatório da organização a respeito do impacto da crise financeira nos trabalhadores do setor. A OIT, com sede em Genebra, recorda os principais cortes de postos de trabalho no mundo das finanças: 45 mil no Bank of America e 75 mil no também americano Citigroup.
Em janeiro, uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos Global Public Affairs mostrou que a crise econômica global tornou a perda do emprego a principal preocupação em 22 países, que, em conjunto, respondem por cerca de 75% do Produto Interno Bruto (PIB) Mundial, superando itens como redução da pobreza, violência e corrupção.
Entre os países do G8 (EUA, Canadá, Japão, Alemanha, Reino Unido, Itália, França e Rússia), a preocupação com empregos foi a mais citada por 43% dos entrevistados; já entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), no entanto, o primeiro lugar é ocupado por corrupção e escândalos financeiros - o desemprego ficou em quatro lugar (20%), atrás de crime e violência (32%) e pobreza e desigualdade social (29%).