postado em 02/03/2009 11:14
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) inicia as operações desta segunda-feira (2/03) em terreno negativo. As perdas bilionárias de grandes instituições financeiras geram uma nova onda de tensão nos negócios, já repercutindo sobre as Bolsas europeias. O câmbio reflete esse nervosismo e atinge R$ 2,40.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, retrocede 1,50% e marca os 37.618 pontos. Ontem, a Bolsa fechou em leve alta de 0,01%.
O dólar comercial é negociado por R$ 2,403 para venda, em forte alta de 1,39% sobre a cotação de sexta-feira. A taxa de risco-país marca 431 pontos, número 4,10% acima da pontuação anterior.
As péssimas notícias da semana passada - a exemplo da contração histórica do PIB americano - derrubaram as Bolsas asiáticas na sessão de hoje: em Tóquio, o índice Nikkei perdeu, enquanto o índice Hang Seng (Hong Kong) caiu X%. Na Europa, a Bolsa de Londres desaba 3,47% enquanto a Bolsa de Frankfurt recua 2,25%.
Entre as notícias mais importantes do dia, a americana AIG anunciou um prejuízo recorde de US$ 61,7 bilhões no quarto trimestre, o maior já registrado por uma empresa americana. O governo americano já anunciou a injeção de US$ 30 bilhões na gigante do setor de seguros.
Já o banco britânico HSBC reportou um lucro de US$ 5,728 bilhões, número 70% abaixo do registrado no exercício anterior. A instituição financeira também comunicou o fechamento de 800 agências e 6.100 funcionários.
O governo americano já informou que o volume de gastos do consumidor teve alta de 0,6% em janeiro, interrompendo uma sequência de seis meses de retração consecutiva desta indicador. Já a renda das famílias teve um aumento de 0,4%. Os números estão bem melhores do que o consenso entre os analistas do setor financeiro.
O mercado ainda aguarda o índice ISM relativo ao nível de atividade do setor manufatureiro dos EUA, bem como o volume de gastos no setor de construção civil, para as próximas horas.
No front doméstico, o boletim Focus revelou que a maioria dos economistas de bancos e corretoras aumentou suas "apostas" num corte agressivo da taxa básica de juros neste ano: atualmente em 12,75%, a chamada "Selic" deve cair para 10,25% até dezembro.