postado em 03/03/2009 15:44
As vendas da montadora americana Ford Motor nos EUA caíram 48% em fevereiro, segundo dados divulgados pela empresa nesta terça-feira (3/02).
De acordo com a Ford, foram vendidas no mês passado 96.044 carros e caminhões leves no mês passado, contra 192.248 no mesmo mês em 2008.
O dado, no entanto, ficou acima do esperado pelos analistas. A previsão do serviço especializado sobre vendas de automóveis Edmunds.com era de uma queda de 50%.
A Ford até o momento afirma que não precisa de empréstimos do governo --como os que já foram solicitados pelas rivais General Motors (GM) e Chrysler--, mas solicitou uma linha de crédito de US$ 9 bilhões, à qual recorreria se as vendas de carros não melhorarem em breve.
Segundo analistas, fevereiro foi mais um mês de resultados negativos para a indústria automobilística. Na sexta-feira (27), George Pipas, analista de vendas da Ford, já havia antecipado que as vendas do setor automobilístico serão 40% inferiores às de um ano atrás e advertiu que a fração de mercado da Ford cairá pela primeira vez em cinco meses.
Também na semana passada, a firma J.D. Power & Associates advertiu que nas três primeiras semanas de fevereiro as vendas foram 38% inferiores às do mesmo período de 2008.
A Barclay´s Capital, por sua vez, pôs o número anualizado de vendas em fevereiro abaixo dos nove milhões de veículos.
O setor automobilístico se tornou um dos mais afetados por uma crise que começou no setor financeiro e acabou por jogar a economia dos EUA em recessão.
Protegidas
O diário americano The Wall Street Journal informou recentemente que conselheiros independentes do Departamento do Tesouro começam a estudar "seriamente" a possibilidade de que as montadoras americanas General Motors (GM) e Chrysler tenham de ser protegidas sob o "Chapter 11", o capítulo da legislação americana que regulamenta as falências e concordatas.
A GM e a Chrysler, outra montadora americana com problemas, apresentaram seus planos de reestruturação ao Congresso, como contrapartida pela ajuda de US$ 17,4 bilhões oferecida a ambas em dezembro do ano passado. As duas empresas solicitaram uma quantia suplementar --US$ 5 bilhões para a Chrysler, que já obteve US$ 4 bilhões, e até US$ 16,6 bilhões para a GM, que já conseguiu US$ 13,4 bilhões.