Economia

Bolsa de NY: principais índices rastejam em dia de dados negativos

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postado em 03/03/2009 19:36
As bolsas americanas registraram novas perdas nessa terça-feira (3/03), em uma sessão instável, em que os investidores até tentaram resistir ao cenário negativo da economia dos Estados Unidos, que dá sinais de ainda estar distante de uma recuperação. O índice S 500, que mede o desempenho de 500 grandes empresas, recuou 0,64%, aos 696,33 pontos, fechando abaixo da marca dos 700 pontos pela primeira vez desde 28 de outubro de 1996. Já o Dow Jones Industrial Average (DIJA), principal índice da Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês), registrou queda de 0,55%, aos 6.726,02 pontos. O índice está agora 52% abaixo do recorde de 14.164,53 pontos em outubro de 2007. Já o índice tecnológico Nasdaq também recuou (0,14%), aos 1.321,01 pontos. Os principais indicadores de negócios em Wall Street sustentaram o campo positivo na maior parte da sessão desta terça-feira, após a derrocada de ontem, quando o Dow Jones fechou no menor nível desde 1997, aos 6.763,29 pontos. A queda de mais de 4% na segunda-feira ocorreu devido ao prejuízo recorde da seguradora americana AIG e da queda nos lucros do banco britânico HSBC. Em parte do pregão de hoje, os investidores aproveitaram os baixos preços dos papéis. Mas uma série de dados e declarações de advertência sobre a situação da economia dos EUA acabaram pesando mais. Estabilização O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, disse hoje que a recuperação da economia americana vai depender da habilidade do governo em estabilizar o mercado financeiro. O Fed anunciou nesta terça-feira que vai liberar mais US$ 200 bilhões em um programa para impulsionar a oferta de crédito a consumidores e pequenas empresas, conforme anunciado em novembro do ano passado. Em outra frente, o Citigroup informou que vai reduzir o valor das prestações das hipotecas a mutuários que estejam desempregados. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também advertiu que os números da atividade econômica do país no primeiro trimestre deste ano não serão melhores que os do final de 2008, quando a crise econômica mundial se agravou. Por outro lado, Obama afirmou que as oscilações do mercado financeiro são uma "reação natural" ao aprofundamento da crise e manifestou "absoluta confiança" na volta ao normal da economia. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, também disse hoje que o governo Obama vai avaliar os custos para estabilizar os bancos, na medida em que mais informações estiverem disponíveis. Geithner foi ao Congresso para responder sobre a proposta de Orçamento apresentada pelo presidente na semana passada, com previsão de gastos totais de US$ 3,606 trilhões para o ano fiscal de 2010 (que começa em outubro deste ano. Para o exercício 2010, o projeto de Orçamento prevê ainda um déficit de US$ 1,171 trilhão. Segundo ele, o governo Obama herdou "a pior situação fiscal da história do país". Arrasador Por outro lado, o desempenho das vendas de veículos nos EUA em fevereiro foi arrasador, definindo a trajetória negativa das Bolsas. A General Motors (GM) apresentou o pior desempenho, com queda de 52,9% das vendas no país no mês passado, com 127.296 unidades, ante 270.423 em fevereiro de 2008. A venda de caminhonetes recuou 55%, enquanto a de veículos leves caiu 50%. A Ford registrou perda de 48%, com a venda de 96.044 unidades no mês passado, contra 192.248 no mesmo mês em 2008. A também americana Chrysler vendeu 84.050 unidades, 44% a menos do que em fevereiro de 2008. Já a montadora japonesa Toyota anotou vendas 39,8% menores em fevereiro nos EUA, na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 109.583 unidades. Segundo a empresa, as vendas de carros caíram 36,3%, para 64.956 unidades. Já as vendas de caminhões leves tiveram queda de 44,4%, para 44,627 unidades.

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