postado em 04/03/2009 18:53
As bolsas dos Estados Unidos abandonaram o campo negativo das últimas cinco sessões e fecharam em alta nesta quarta-feira (4/03). Os investidores voltaram às compras, após um intenso movimento de venda de papéis, que levou a Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês) a registrar o nível mais baixo em 12 anos.
O detalhamento do pacote de ajuda do governo Barack Obama a mutuários com problemas para quitar dívidas e perspectiva de que a economia chinesa possa estar a caminho de uma recuperação motivaram os investidores à compra de papéis.
A Nyse terminou o pregão desta quarta-feira em alta de 2,23% no índice Dow Jones Industrial Average (DJIA), aos 6.875,84 pontos. Também da Nyse, o S 500 (que mede o desempenho de 500 grandes empresas) subiu 2,38%, para 712,87 pontos. O índice tecnológico Nasdaq terminou com elevação de 2,48%, aos 1.353,74 pontos.
O pacote para socorrer os mutuários americanos estava orçado inicialmente em US$ 50 bilhões (cerca de R$ 115 bilhões), mas a proposta de Obama prevê um montante de US$ 75 bilhões para financiar entre 3 milhões e 4 milhões de "proprietários responsáveis" de modo a manterem seus imóveis.
Plano chinês
A China, por sua vez, deve anunciar ainda nesta semana um plano para estimular a economia. Hoje, a Federação de Compras e Logística da China informou que a atividade do setor manufatureiro no país registrou ligeira alta em fevereiro, apesar de ainda estar em níveis que indicam contração.
Segundo estimativa da Reuters, o gasto do governo da China deve crescer em até 22% neste ano, para 7,6 trilhões de yuans (1,11 trilhão de dólares), segundo cálculos feito pela com base na divulgação do aumento do gasto militar para 2010.
Petróleo
Esse cenário também impulsionou o preço do barril do petróleo, que registrou alta de quase 9% na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), cotado a US$ 45,38.
'Livro Bege'
Contrariando o ímpeto dos investidores, o "Livro Bege", documento com dados econômicos coletados nas 12 divisões regionais do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), apontou nova deterioração da economia dos EUA entre janeiro e fevereiro. De acordo com o documento, uma recuperação não deve ocorrer antes do fim deste ano ou do início de 2010.
Segundo o documento, dez das 12 regiões em que foram coletadas as informações apresentaram condições econômicas fracas ou quedas na atividade - as exceções foram Filadélfia e Chicago. Ontem, o presidente do Fed, Ben Bernanke, já tinha dito que a recuperação da economia americana vai depender da habilidade do governo em estabilizar o mercado financeiro.
Hoje, a consultoria ADP informou que o setor privado da economia americana perdeu 598 mil postos de trabalho em fevereiro, e a taxa de desemprego ficou em 7,6%. Para sexta, a expectativa é de que o Departamento do Trabalho apresente uma redução de 640 mil empregos, com uma taxa de desemprego em 7,9%.
Em 2008, três milhões de pessoas perderam o emprego e o número de desempregados no país passa de 11 milhões. Desde o início da recessão nos EUA, em dezembro de 2007, o país já perdeu cerca de 3,6 milhões de empregos.