Economia

Bolsas europeias caem apesar de pacote de estímulo à economia da China

;

postado em 05/03/2009 11:47
As Bolsas europeias operam em baixa nesta quinta-feira (5/03). Os mercados mundiais registraram ontem um dia positivo, depois das quedas consecutivas registradas nos últimos dias, com a expectativa de um novo pacote de estímulo à economia da China. O anúncio feito pelo governo chinês, de que o valor do pacote anunciado no ano passado continuaria em 4 trilhões de yuans (US$ 585 bilhões), contrariando as expectativas de um aumento, afetaram a confiança dos investidores europeus. Às 9h38 (em Brasília), a Bolsa de Londres estava em queda de 2,21% no índice FTSE 100, indo para 3.565,46 pontos; a Bolsa de Paris caía 1,97% no índice CAC 40, indo para 2.623,06 pontos; a Bolsa de Frankfurt tinha baixa de 2,48% no índice DAX, operando com 3.794,52 pontos; a Bolsa de Milão tinha baixa de 3,16% no índice MIBTel, que ia para 11.435 pontos; a Bolsa de Amsterdã tinha baixa de 3,54% no índice AEX General, que estava com 204,10 pontos; e a Bolsa de Zurique estava em queda de 0,14%, com 4.457,34 pontos no índice Swiss Market. O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse que com esse pacote a China "poderá manter o crescimento econômico em torno de 8%" em 2009. A expectativa era de que o primeiro-ministro anunciasse um aumento no tamanho do estímulo que poderia fazer com que a soma chegasse a até 10 trilhões de yuans (US$ 1,5 trilhão), mas Jiabao não fez qualquer menção a essa possibilidade. Economistas do setor privado vêm prevendo, entretanto, que o crescimento chinês em 2009 pode ser tão baixo como 5,6% - o menor em quase duas décadas - depois que a expansão da economia baixou para 6,8% no último trimestre de 2008 - numero bastante baixo para o padrão chinês de crescimento dos últimos anos. A expectativa de mais dinheiro para estimular a economia chinesa fez com que os mercados financeiros mundiais reagissem ontem: a Bovespa subiu 5,31%; nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com avanço de 2,23%; a Bolsa de Londres ontem fechou com alta de 3,81%, e a de Frankfurt, com alta de 5,42%. Outras más notícias afetam a confiança dos investidores na Europa: a Eurostat - a agência europeia de estatísticas- - confirmou hoje dados divulgados no último dia 13, ao informar que a economia da zona do euro teve queda de 1,5% no último trimestre de 2008 em consequência, em parte, de uma redução significativa das exportações e de uma queda dos investimentos. Trata-se do pior desempenho desde a criação da zona do euro, em 1999. O Insee (Instituto Nacional de Estatísticas) informou hoje também que a taxa de desemprego no quarto trimestre de 2008 na França subiu de 7,2% a 7,8%. Considerados os territórios de ultramar, o índice chega a 8,2%. Além disso, a produção industrial espanhola em janeiro registrou queda recorde de 20,2% (taxa anualizada). Os investidores aguardam ainda a divulgação, amanhã, dos dados sobre o mercado de trabalho americano. Ontem, a consultoria de recursos humanos ADP Employer Services informou que o setor privado da economia dos EUA perdeu 697 mil empregos no mês passado. A expectativa é de que o Departamento do Trabalho apresente a perda de 640 mil postos de trabalho, com uma taxa de desemprego de 7,9%, contra 7,6% em janeiro. O Federal Reserve (Fed, o BC americano) informou ontem no "Livro Bege", documento com dados econômicos coletados nas 12 divisões regionais do banco, que as condições econômicas dos Estados Unidos continuaram a se deteriorar entre janeiro e fevereiro deste ano e uma recuperação não deve ocorrer antes do fim deste ano ou do início de 2010. O BCE (Banco Central Europeu) reduziu sua taxa de juros para 1,5%, a menor já registrada pelo banco. O Banco da Inglaterra (BC britânico), por sua vez, reduziu a taxa para 0,5%, a menor da história do banco, criado em 1694. As decisões, no entanto, ainda não causaram efeito no humor dos investidores.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação