postado em 05/03/2009 14:09
O custo da cesta básica em fevereiro caiu em 14 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de EstatÃstica e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os preços dos produtos alimentÃcios essenciais subiram somente em Recife (1,31%), João Pessoa (0,78%) e Curitiba (0,21%), enquanto em janeiro tinham apresentado elevação na maior parte das cidades pesquisadas.
Segundo a entidade, o resultado do custo da cesta básica em fevereiro foi "motivado pela queda registrada em um pequeno grupo de produtos, em especial o tomate, arroz, feijão e, nas cidades do centro-sul do paÃs, a farinha de trigo".
As retrações mais significativas ocorreram em Belo Horizonte (-6,36%), Belém (-4,31%) e Goiânia (-4,20%). A pequena retração em Porto Alegre (-0,08%), menos intensa que em São Paulo (-1,73%) e Vitória (-2,50%), fez com que as três capitais se mantivessem como as mais caras, na mesma ordem registrada em janeiro. "Cresceu, porém, a diferença entre seus valores: R$ 247,06, em Porto Alegre, R$ 237,34, em São Paulo e R$ R$ 232,48, em Vitória", informou o Dieese. Os menores preços para o conjunto de gêneros alimentÃcios essenciais foram registrados em João Pessoa (R$ 179,27), Recife (R$ 179,93), e Aracaju (R$ 180,32).
Conforme estimativa da entidade, o valor do salário mÃnimo necessário para suprir as despesas de um trabalhador e sua famÃlia com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência é de R$ 2.075, quatro vezes mais o salário mÃnimo em vigor (R$ 465 desde o reajuste efetuado no mês passado).
Apesar do predomÃnio de queda no custo da cesta básica, segundo o Dieese, o aumento acumulado nos últimos 12 meses supera 10%, na metade das 16 capitais para as quais este dado está disponÃvel, com destaque para Florianópolis (17,53%), Vitória (17,47%), Salvador (17,47%) e Curitiba (16,22%). Ainda não existem dados anuais para Manaus.
Nos dois primeiros meses de 2009, 12 capitais registram variação negativa no custo da cesta básica. As quedas mais expressivas ocorreram em João Pessoa (-10,61%), Fortaleza (-7,18%), Rio (-6,78%) e Aracaju (-6,71%). Por outro lado, houve aumento em Vitória (2,17%), Salvador (2,08%), Belém (1,29%), Goiânia (0,80%) e Manaus (0,08%).
Produtos
Conforme o Dieese, o número de produtos com alta de preços foi maior em fevereiro, "mas ocorreu em itens de menor peso na cesta, ou houve predomÃnio de variações baixas, que foram compensadas pelo comportamento dos demais preços".
O tomate ficou mais barato em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. Os maiores recuos ocorreram em Vitória (-30,40%), Curitiba (-26,59%), Recife (-25,46%), Porto Alegre (-23,47%) e Florianópolis (-23,25%).
Já o feijão teve queda de preço em 11 das 17 capitais em fevereiro, com destaque para Belo Horizonte (-19,56%), Goiânia (16,27%) e Recife (-13,30%). O preço do arroz também caiu, em dez cidades, com destaque para Curitiba (-6,22%), Recife (-5,40%) e Aracaju (-4,80%).
O comportamento dos preços da carne bovina, produto de maior peso na cesta, foi heterogêneo em fevereiro. "Houve aumento em oito capitais com destaque para João Pessoa (10,20%), estabilidade em duas, e retração em sete, a maior ocorrida em Belém (-3,76%)", apontou o Dieese.
O pão, por sua vez, teve alta de preços em oito cidades, variação nula em duas e queda em sete. Segundo o Dieese, "no perÃodo anual houve alta em 16 capitais, com variações que vão de 1,01%, em Fortaleza a 23,36%, em Recife". "As turbulências da crise internacional afetaram o mercado do trigo, matéria-prima de sua fabricação, cujo preço internacional está elevado."