Economia

Bolsas europeias fecham em baixa com setor financeiro e BCE

;

postado em 05/03/2009 16:11
As bolsas europeias fecharam em baixa nesta quinta-feira (5/03). Os papéis do setor financeiro, em particular de bancos e seguradoras, caíram depois dos comentários do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, sobre a economia europeia. Além disso, o anúncio do governo chinês sobre o pacote de estímulo à economia frustrou os mercados financeiros. A Bolsa de Londres fechou em baixa de 3,18% no índice FTSE 100, indo para 3.529,86 pontos; a Bolsa de Paris caiu 3,96% no índice CAC 40, indo para 2.569,63 pontos; a Bolsa de Frankfurt teve baixa de 5,02% no índice DAX, indo para 3.695,49 pontos; a Bolsa de Milão registrou baixa de 5,39% no índice MIBTel, fechando com 11.172 pontos; a Bolsa de Amsterdã caiu 5,20% no índice AEX General, que ficou com 200,58 pontos; e a Bolsa de Zurique perdeu 1,65%, fechando com 4.390,18 pontos no índice Swiss Market. Entre as ações que mais caíram estiveram as da seguradora francesa Axa e dos bancos Old Mutual, BNP Paribas e Deutsche Bank, com quedas entre 6% e 13,1%. Os investidores viram com pessimismo os comentários de Trichet. Segundo ele, mesmo com o corte dos juros do BCE para 1,5% - nível mais baixo desde a introdução da moeda única europeia, em 1999 -, novos cortes podem ser efetuados se isso for necessário. "Não decidimos qual será o nível mais baixo. Se for justificado, se os riscos que espreitam a economia se concretizarem, não se pode excluir que possamos proceder novos cortes", disse Trichet. O temor dos investidores é de que os juros na zona do euro continuem a cair e o banco fique sem instrumentos de política monetária para tentar tirar a região da recessão --situação em que se encontra, em certa medida, o Federal Reserve (Fed, o BC americano), cuja taxa de juros está em uma margem entre zero e 0,25%. O Banco da Inglaterra (banco central britânico) também está em situação semelhante, depois de ter reduzido hoje sua taxa de juros (trata-se da sexta redução consecutiva), para 0,5% ao ano, uma redução de 0,5 ponto percentual. A taxa chega assim a um nível baixo inédito na história do banco, fundado em 1694. O banco ainda anunciou a compra de 75 bilhões de libras (US$ 105 bilhões) em títulos e ativos para expandir a oferta de dinheiro. A medida é uma tentativa de restaurar o fluxo de crédito no país e tirar a economia britânica da recessão, no momento em que a taxa de juros do banco se aproxima de zero. A economia europeia continua a apresentar sinais negativos. Hoje a Eurostat, a agência europeia de estatísticas, informou que a economia da zona do euro teve queda de 1,5% no último trimestre de 2008 em consequência, em parte, de uma redução significativa das exportações e de uma queda dos investimentos. Trata-se do pior desempenho desde a criação da zona do euro, em 1999. China Hoje, o premiê chinês, Wen Jiabao, disse que com o pacote de 4 trilhões de yuans (US$ 585 bilhões) a China "poderá manter o crescimento econômico em torno de 8%" em 2009. A expectativa, no entanto, era de que ele anunciasse um aumento no valor do pacote, para até 10 trilhões de yuans (US$ 1,5 trilhão), mas Jiabao não fez qualquer menção a essa possibilidade. "(Jiabao) desapontou todo mundo", disse o analista Edward Yardeni. Economistas do setor privado vêm prevendo, além disso, que o crescimento chinês em 2009 pode ser tão baixo como 5,6% --o menor em quase duas décadas - depois que a expansão da economia baixou para 6,8% no último trimestre de 2008 --numero bastante baixo para o padrão chinês de crescimento dos últimos anos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação