postado em 06/03/2009 09:27
A Islândia, que viu seu setor financeiro muito abalado no fim de 2008 pela crise financeira internacional, entrou em recessão no quarto trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) islandês caiu 0,9% entre outubro e dezembro do ano passado, na comparação com o terceiro - quando já havia sofrido contração de 3,4%.
No ano passado o PIB registrou alta de 0,3%, impulsionado por uma alta de 7,1% das exportações, além de uma redução de 18% das importações.
O desempenho, no entanto, é muito inferior aos 5,5% registrados em 2007, segundo dados revisados pelo governo - o índice anterior era de 4,9%.
Os efeitos da crise no país levaram o premiê islandês, Geir Haarde, a renunciar ao cargo no mês passado. "Eu realmente sinto muito que não pudemos continuar com esta coalizão. Eu acredito que este seria o melhor resultado", disse Haarde à época.
Em novembro do ano passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um empréstimo de US$ 2,1 bilhões à Islândia depois do colapso no sistema financeiro do país, um mês antes. O empréstimo foi concedido para que o país consiga lidar com o que foi classificado pelo FMI como "uma crise bancária de proporções extraordinárias".
A Islândia é o primeiro país da Europa Ocidental a contrair um empréstimo com o FMI desde 1976. O acordo, que será revisado trimestralmente, permite que a Islândia saque US$ 827 milhões imediatamente e depois oito parcelas de cerca de US$ 155 milhões.
O governo da Islândia nacionalizou três dos maiores bancos do país devido à crise - o que afetou outros lugares da Europa. No Reino Unido, por exemplo, investidores ficaram incapazes de ter acesso a fundos depositados em bancos islandeses. A coroa islandesa perdeu quase metade de seu valor neste ano e as transações bancárias com outros países ficaram praticamente congeladas.
O FMI estimou no ano passado que a economia do país pode sofrer uma retração de 10% em 2009.