Economia

"New York Times" cede parte de seu prédio por US$ 225 milhões

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postado em 09/03/2009 14:07
A The New York Times Company - empresa que edita, entre outros, o jornal americano "The New York Times" - anunciou nesta segunda-feira (9/03) que passou parte de sua sede corporativa em Manhattan (centro de Nova York) à financeira W.P.Carey & Co por US$ 225 milhões, na modalidade de "sale-leaseback" - um misto de venda e aluguel que a permite recuperar a propriedade no futuro. Ao todo, a editora vendeu 21 dos 52 andares de sua sede, em um espaço de 69.768 metros quadrados no arranha-céu no qual investiu mais de US$ 600 milhões, com desenho do arquiteto italiano Renzo Piano, e que ficou pronto em 2007. A operação contempla o aluguel desse espaço por 15 anos e dá a opção à editora do "The New York Times" de adquiri-lo novamente, por US$ 250 milhões, durante o décimo ano do contrato. O preço fixado de aluguel é de US$ 24 milhões no primeiro ano, aumentando nos anos seguintes, embora a companhia não tenha dado mais detalhes a respeito. A empresa de comunicação explicou em comunicado que usará os fundos obtidos com essa transação para diminuir sua dívida em longo prazo. Em dificuldades financeiras, a empresa já tomou uma série de medidas nos últimos meses para se sanear. No final do mês passado, por exemplo, decidiu cortar o pagamento de dividendos aos acionistas no primeiro trimestre. Já em janeiro, o bilionário mexicano Carlos Slim Helú emprestou US$ 250 milhões à empresa, da qual possui 6,9% das ações. A crise pode, inclusive, atingir a parte editorial. No início de fevereiro, o editor-executivo do "NYT", Bill Keller, disse que o grupo poderia voltar a cobrar pelo acesso a parte ou mesmo todo o conteúdo da página do jornal na internet - em 2007, o jornal eliminou um serviço fechado para assinantes chamado "Times Select", que gerava cerca de US$ 10 milhões em receita por ano. Entre as possibilidades em discussão estariam a cobrança por assinaturas com acesso irrestrito, um modelo pelo qual os leitores pagam centavos a cada vez que clicam em uma página e a venda de conteúdo para dispositivos como o leitor eletrônico de livros Kindle, lançado pela empresa de vendas pela internet Amazon.com.

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