postado em 09/03/2009 15:28
As bolsas europeias fecharam em baixa nesta segunda-feira (9/03). As perdas entre as ações dos setores financeiro e de telecomunicações ofuscaram os ganhos no setor de commodities, com a alta no preço do petróleo.
A Bolsa de Paris caiu 0,60% no índice CAC 40, indo para 2.519,29 pontos; a Bolsa de Milão registrou baixa de 1,82% no índice MIBTel, fechando com 10.544 pontos; a Bolsa de Amsterdã caiu 0,13% no índice AEX General, que ficou com 199,25 pontos; e a Bolsa de Zurique fechou com variação negativa de 0,09%, fechando com 4.307,67 pontos no índice Swiss Market. O índice FTSEurofirst 300 --que reúne ações das principais empresas europeias--, por sua vez, teve baixa de 0,6%, ficando com 657,86 pontos; o índice já caiu 21% neste ano, depois de ter encerrado 2008 com perda de 45%.
As exceções foram a Bolsa de Londres, que fechou em alta de 0,33% no índice FTSE 100, indo para 3.542,40 pontos; e a Bolsa de Frankfurt, que teve alta de 0,70% no índice DAX, indo para 3.692,03 pontos.
Entre os bancos, as ações que mais caíram foram as do HSBC (-3,1%); Barclays (-4,6%); Royal Bank of Scotland (-4%); Société Générale (-3,8%); e UBS (-5,3%).
Já no setor de telecomunicações, os papéis que mais caíram foram os do BT Group (-3%); Telecom Italia (-4,6%); e France Telecom (-2,8%).
Os indicadores europeus chegaram a se recuperar ligeiramente logo após a abertura dos negócios em Nova York, mas não conseguiram fechar com ganhos - mesmo as Bolsas de Londres e Frankfurt tiveram altas modestas. Nos EUA, após queda na abertura, os principais indicadores conseguiram avançar quase 1%, com a notícia da fusão entre os laboratórios farmacêuticos Merck e Schering-Plough, avaliada em US$ 41,1 bilhões.
Mas nem mesmo a expectativa pela fusão manteve o ânimo em Nova York, e os indicadores voltaram a cair.
Os investidores europeus ainda reagiram com pessimismo frente às perdas nas principais Bolsas da Ásia - o índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, atingiu seu menor nível em 26 anos e o índice Hang Seng, de Hong Kong, despencou quase 5%.
O governo britânico anunciou neste sábado (8/03) que garantirá 260 bilhões de libras (cerca de US$ 366 bilhões) em ativos podres (papéis com alto risco de calote) do Lloyds Banking Group, o grupo resultante da fusão dos bancos HBOS e Lloyds TSB. O banco é o terceiro maior do país.
Paralisia
Os chamado papéis tóxicos ou podres dos bancos são considerados responsáveis pela paralisia persistente do crédito. Tratam-se de créditos problemáticos emitidos no passado a maus pagadores ou em circunstâncias com poucas exigências, cujo pagamento, hoje em dia, são difíceis de ocorrer.
Em contrapartida à garantia, o governo do Reino Unido aumentará sua participação no capital do Lloyds de 43% a 65% - 77%, se forem contadas as ações preferenciais (sem direito a voto) -, e o Lloyds se compromete em aumentar em 28 bilhões de libras (US$ 39,496 bilhões) os créditos a pessoas físicas e jurídicas nos próximos dois anos.
Na semana passada, o Royal Bank of Scotland (RBS) já havia colocado sob proteção do governo ativos tóxicos no valor de 325 bilhões de libras (364 bilhões de euros).