postado em 10/03/2009 08:28
Motivo não tem, mas há uma forte pressão por reajuste dos preços do gás de cozinha em Brasília. E o índice é bastante salgado: 16%. Quase ninguém quer aparecer, mas há uma troca velada de acusações entre distribuidoras e revendas, tentando empurrar uns para os outros a suposta ;culpa; ou manipulação do aumento. A Petrobras não divulga preços de distribuidora para cima ou para baixo, antecipadamente. Mas fontes do mercado ligadas ao setor produtivo garantem que não há justificativa para aumentos, já que a tendência é de queda do preço do gás no mercado internacional.
A diferença de preços já começa a aparecer. Edson Pereira dos Santos, proprietário da Natural Gás, afirma que em duas distribuidoras o botijão de 13 quilos está 16% mais caro, o que elevaria os preços do produto em Brasília dos atuais R$ 38 a R$ 39 para R$ 43 a R$ 44. ;É difícil repassar para o consumidor. Os funcionários das revendas tiveram aumento de 7% na folha de pagamento e nem por isso reajustamos os preços;, diz.
Circulam duas versões sobre o aumento de preços. Entre os revendedores, a que prevalece é que está ocorrendo aumento direcionado na tentativa de igualar os preços dos revendedores e evitar a ação dos clandestinos, que puxam os preços do mercado para baixo. O Sindicato das Empresas Transportadoras e Revendedoras Varejistas de Gás do DF (Sindvargas-DF) fará uma reunião hoje para debater a questão, mas Bolivar Lamim, vice-presidente da entidade, acredita que a ação esteja ligada à Portaria 297, da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que permite que os revendedores comprem gás de vários distribuidores.
;Se o revendedor compra de três, duas sobem o preço e ele fica refém de uma só empresa. É ruim para o revendedor e para o consumidor;, alerta. Fontes ligadas ao setor de distribuição rechaçam as versões. ;É uma tese da conspiração da pior qualidade. O gás clandestino não garante preço mais barato. É apenas uma comodidade para o consumidor, que compra gás na padaria ou mercado perto de casa. A suposta tentativa de cartelização é derrubada pelos próprios revendedores. Se não são todas as distribuidoras que estão reajustando preços, como podemos falar em cartel?;, ironiza.