postado em 10/03/2009 18:01
A extensão dos efeitos da crise internacional sobre a economia brasileira pode ser percebida pela desaceleração em diversos subsetores no quarto trimestre, em relação ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com a gerente de Contas Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis, a desaceleração foi generalizada, mesmo que mais intensa nos setores industriais. A maior queda foi registrada pela indústria de transformação, com menos 4,9% no trimestre, em relação ao mesmo período de 2007. No terceiro trimestre, o setor tinha subido 5,9%.
O setor de transporte, armazenagem e correio caiu 2%, seguido pelo comércio, com retração de 1,3%. A extrativa mineral, apesar de positiva, com 0,2%, ainda ficou atrás do crescimento do PIB, de 1,3% no último trimestre ante o resultado do ano anterior.
A maior alta foi registrada pelos serviços de informação, de 9,1%, que foram puxados pela telefonia móvel. Ainda assim, foi uma alta menor do que os 10% registrados no trimestre anterior.
Os serviços de intermediação financeira tiveram avanço de 4,9% no trimestre. Segundo a coordenadora do IBGE, foram impulsionados principalmente pela área de seguros e previdência, que não foi muito afetada com a crise. Ainda assim, a intermediação financeira, que inclui também serviços de crédito, foi menor no quarto trimestre do que os 8,8% registrados nos três meses anteriores.
O único subsetor que apresentou aceleração foi o de administração, saúde e educação públicas. No quarto trimestre de 2008, a alta foi de 3,1%. Já no terceiro, havia sido de 2,8%.
Outros setores que apresentaram desaceleração foram agropecuária, com 2,2%, ante os 3,4% no trimestre anterior; eletricidade, água e esgoto, com 3,2%, ante os 5,7% do terceiro trimestre; e comércio, com 1,3%, bem abaixo do que os 9,8% registrados no trimestre anterior.