postado em 11/03/2009 08:00
O movimento para aumentar o preço do gás de cozinha no Distrito Federal (DF) em 16% está perdendo força. Pelo menos por hora. ;Por enquanto, parece que as distribuidoras voltaram atrás;, afirma Bolivar Lamim, vice-presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras e Revendedoras Varejistas de Gás do DF (Sindvargas-DF). Essa foi a conclusão a que a entidade chegou ao término da reunião realizada ontem com revendedores de Brasília para apurar o suposto reajuste do botijão de 13 quilos do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) na segunda-feira.
A diminuição dos preços, porém, não foi generalizada. ;A SHV (dona das marcas Minasgasbrás e Supergasbrás) manteve o aumento de 16% para mim e outros revendedores;, afirma Edson Pereira dos Santos, proprietário da revendora Natural Gás. Ele analisa junto ao Sindvargas a possibilidade de ingressar com uma ação na Justiça questionando os reajustes. ;Como recuaram para alguns, queremos o mesmo direito, pois é impossível repassar para o consumidor;, ressalta. Segundo Edson Santos, a única que não havia aumentado os preços foi a Liquigás. Depois da reportagem veiculada pelo Correio ontem, o comerciante diz que a Copagaz retrocedeu.
Segundo Amaro Helfstein, diretor-comercial da Copagaz, de novembro a fevereiro, normalmente os preços do gás têm redução devido à queda de 3% na demanda, em função de férias, carnaval e calor. ;Há sobras de gás para quem tem cota na Petrobras. Paga-se multa pela não retirada, por isso, as empresas dão desconto para as revendas. A partir de março, o consumo e os preços voltam ao normal;, explica. Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) comprovam o movimento, mas não na proporção de 16%. Entre novembro e fevereiro, o preço médio do botijão em Brasília recuou de R$ 36,87 para R$ 35,88. Na primeira semana de março, ainda baixou para R$ 35,65.
A Supergasbrás e a Minasgás informaram que o aumento do gás poderá ocorrer em função do fim dos descontos concedidos aos revendedores em todo o Brasil durante o verão. ;Com o fim do período de calor, alguns descontos estão sendo renegociados, o que poderá ocasionar eventual impacto no preço do gás LP;, informou a empresa em nota. A distribuidora esclareceu que a decisão de conceder descontos ;é uma estratégia individual, com base nas condições de mercado, na situação de cada revendedor e/ou nas oscilações de custos que afetem o equilíbrio econômico da relação comercial;.
A Liquigás Distribuidora ; empresa de distribuição de GLP da Petrobras Distribuidora ; informou que o preço do produto está liberado desde 2001 e que os valores do botijão podem variar, para mais ou para menos, em função de diversos fatores, principalmente fatores de demanda, clima e até mesmo pela renda da população.