Economia

EUA voltam a confirmar protecionismo econômico junto à América Latina

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postado em 11/03/2009 16:16
Os Estados Unidos voltaram a confirmar nesta semana sua tendência ao protecionismo comercial com leis orçamentárias e declarações que afetam diretamente dois de seus principais aliados na América Latina, México e Colômbia. O governo de Barack Obama estuda com atenção os detalhes do acordo de livre comércio com a Colômbia, assinado há mais de dois anos e pendente de aprovação no Congresso, e considera que o da Coreia do Sul deve ser renegociado, declarou nesta segunda-feira o responsável eleito para representar Washington em negociações comerciais, Ron Kirk. "Vamos fazer uma revisão muito clara de todos os acordos pendentes para nos assegurarmos de que reúnem todos os critérios que o presidente indicou", explicou Kirk durante uma audiência de ratificação em seu cargo do Representante de Comércio (USTR) no Congresso. Obama nunca escondeu, antes de chegar ao poder, uma posição muito mais fria com relação ao livre comércio do que seu antecessor, George W. Bush, que assinou pessoalmente 14 acordos (Tratado de Livre Comércio), o último apenas dias antes de deixar o cargo, com o governo do Peru. Kirk confirmou nesta segunda-feira algo que já havia sido desenhado por outros democratas: apesar de o TLC com a Colômbia ter sido negociado antes, o governo Obama está disposto a levar adiante primeiro o acordo com o Panamá. O acordo com o Panamá "é o que está mais perto de ser aprovado", disse Kirk. "Com relação à Colômbia, não posso me comprometer com um calendário", acrescentou. A Colômbia já possui boas preferências tarifárias nos Estados Unidos por fazer parte do grupo de países andinos. Com o México, o ambiente comercial tem um aspecto mais embaraçoso. O Congresso americano emitiu há poucas semanas um sinal de uma nova tendência comercial ao adotar a polêmica cláusula "Buy American" dentro de seu pacote de estímulo econômico --prevê compra de material produzido nos EUA para infraestrutura. O governo de Obama garantiu depois que esta cláusula não entraria em conflito com seus compromissos internacionais dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC).

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