postado em 11/03/2009 20:22
O setor industrial brasileiro pediu novos cortes na taxa básica de juros, a Selic, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), nesta quarta-feira (11/03), de reduzi-la em 1,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou de frustrante a decisão, ainda que na direção correta. "Esse movimento de aceleração no corte dos juros, ainda que na direção correta, não tem a intensidade necessária ao momento", disse o presidente da entidade, Armando Monteiro Neto.
Na avaliação da CNI, a medida mostra "descompasso com o esforço de se evitar a recessão e suas consequências danosas ao país, às empresas e ao emprego". Neto reivindicou uma postura mais agressiva do BC, conduzindo a Selic para um dígito.
"Não resolve"
Para a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), a redução em "apenas 1,5 ponto percentual ajuda, mas não resolve".
"Os responsáveis pela Política Econômica serão, também, os responsáveis pelo desemprego no Brasil se, a curto prazo, não acontecerem novos cortes na Selic", disparou o presidente da entidade, Paulo Skaf, em nota.
Segundo ele, a taxa de juros elevada vai contribuir para que o Brasil tenha crescimento negativo em 2009 e lembrou a queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,6% do último trimestre do ano passado em relação o trimestre anterior. No acumulado de 2008, o crescimento do PIB chegou a 5,1% em relação a 2007, sustentado pelo bom desempenho dos trimestres anteriores.
Adequada
A Federação das Indústrias do Rio (Firjan), por sua vez, considerou a medida adequada, diante da "trajetória confortável" dos índices de inflação e dos efeitos da crise internacional sobre a economia brasileira. A entidade, no entanto, pediu medidas complementares para aumentar a competitividade das empresas.
"Para tanto, defende ações em dois sentidos. Em primeiro lugar, o aumento do investimento público, especialmente na área de infraestrutura, o que requer controle dos gastos correntes. Em segundo, é fundamental que se avance na construção de consenso político em torno da aprovação de reformas estruturais, em especial a tributária".