Economia

Ritmo de demissões pode ser menor no primeiro trimestre de 2009, avalia CNI

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postado em 12/03/2009 22:11
O ritmo de demissões no primeiro trimestre de 2009 deverá ser menor que o registrado no último trimestre de 2008, de acordo com a avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que realizou uma pesquisa ouvindo 431 empresas. De acordo com o economista Flávio Castelo Branco, gerente executivo da CNI, apesar de 36% dos empresários pesquisados afirmarem que ainda pretendem demitir ou cancelar terceirizações devido aos impactos da crise financeira mundial no Brasil, esse percentual é menor que o registrado no último trimestre de 2008. ;Grande parte do ajuste foi feita quando os empresários perceberam que havia menor demanda mundial por seus produtos, menor nível de produção seria exigido e deliberaram um processo de ajuste mais curto, mas imediato, buscando novo nível de produção. Nossa expectativa é que o ano de 2009, principalmente o primeiro semestre será de busca de equilíbrio de produção. Será em um patamar abaixo do que vinha sendo praticado, mas há sinais um pouco mais fracos de aprofundamento da crise;, disse. Para Castelo Branco, muitas empresas ainda procuram ajustar emprego e produção. ;Há ainda um processo de ajuste ao longo desse semestre, empresas que estão buscando seu nível de ajuste. Mas em outras, esse processo já foi completado;, afirmou. Entre as empresas ouvidas, de 4 a 11 de março, 75 eram de grande porte, 147 eram médias e 209 de pequeno porte, distribuídas em todos os estados e abrangendo 30 setores industriais. Das empresas consultadas, 80% responderam que demitiram ou adotaram alguma ação em relação aos seus empregados motivadas pela crise financeira internacional. Entre as ações estão a suspensão de terceirizações e de contratações planejadas, férias coletivas e adoção de banco de horas. Na opinião do presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, a tênue reversão na atitude das empresas não significa que a crise está passando. Ele avaliou que a recuperação da economia mundial e a conseqüente recuperação da economia brasileira só deverá ocorrer a partir de 2010. Armando Monteiro alerta para uma possível estagnação do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto ; soma de toda riqueza do país). ;O mundo está pior e o Brasil também está pior. Isso demonstra que a teoria do descolamento (que diz que o Brasil está imune à crise) é frágil. O comércio internacional está caindo e no, último trimestre de 2008, não só a indústria caiu como também o setor de serviços. Todos os analistas concordam que a retomada da economia dificilmente se dará em 2009. Todos concordam que essa retomada de crescimento só poderá se dar a partir de 2010", afirmou Armando Monteiro Neto reafirmou que a economia brasileira vai sentir os efeitos da crise internacional durante todo o ano de 2009. "Será um ano difícil para o mundo e para o Brasil. Existem países que estão sentindo muito e outros que estão sentindo menos. O Brasil está nesse segundo grupo. No entanto, crescer menos pode significar crescimento zero do PIB;, disse. Segundo ele, o que ainda não está claro sobre o comportamento da indústria é o desempenho do primeiro trimestre de 2009 em relação ao último trimestre de 2008. ;Cabe ainda fechar os números de março. Se houver retração em relação ao último trimestre de 2008 teremos já um ambiente de recessão técnica. Sabemos que o primeiro trimestre de 2009 será pior que o mesmo período de 2008;, explicou. As expetativas divulgadas nesta quinta (12/03) pelo Banco Mundial levam para uma redução do PIB mundial, em 2009, que poderá ficar entre 1 ou 2 pontos. ;Há dois meses a expectativa era que o mundo ainda pudesse crescer. Agora já há uma avaliação de crescimento negativo do PIB global. Nessa análise, os países emergentes estão considerados e são aqueles que ainda podem ter desempenho positivo. Esse resultado será muito negativamente afetado pelo desempenho dos países centrais. Eu espero que o Brasil ajude o mundo a garantir que não tenhamos um crescimento do PIB global negativo. Mas certamente, com essa conjuntura internacional é muito difícil acreditar que o Brasil possa ter um crescimento positivo nesse ano;, afirmou.

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