postado em 13/03/2009 08:25
Os proprietários de carro flex devem ficar atentos. Em seis de cada 10 bombas de combustÃveis do Distrito Federal está mais vantajoso abastecer com álcool. Um levantamento feito pelo Correio com base em dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostra que de 86 postos pesquisados pelo órgão na primeira semana do mês, em 51 o álcool está custando menos de 70% do preço do litro da gasolina, o que o torna mais barato. Na média da capital federal, o álcool custa R$ 1,867. Já a gasolina, R$ 2,674. A relação entre os dois atualmente é de 0,69.
Cálculos feitos por especialistas indicam que somente quando a divisão do valor do álcool pelo da gasolina ficar acima de 0,70 o consumidor deve optar pelo segundo. ;Quando abastecido a álcool, o motor rende 30% menos que quando é usada a gasolina. O consumidor deve fazer a conta porque sempre que o preço do álcool estiver abaixo de 70% do preço da gasolina, ele terá mais vantagem;, orienta o professor do Departamento de Engenharia do Petróleo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Celso Arruda.
O quÃmico Augusto Assis de Oliveira, 34 anos, costuma fazer o cálculo de rendimento de seu veÃculo, mas normalmente prefere a gasolina. Pelos cálculos, constatou que, abastecido a gasolina, seu carro rende mais: de 7,5 a oito quilômetros por litro. Se optar pelo álcool, o rendimento cai para uma faixa que vai de seis a 6,5 km/l. No entanto, Assis diz intercalar a gasolina com o álcool a cada quatro meses para evitar problemas mecânicos.
Os carros bicombustÃveis completam neste mês seis anos de existência. Em 2003, primeiro ano em que foram fabricados, eles correspondiam a apenas 4% do total de veÃculos comercializados no paÃs. Em 2008 foram 2,3 milhões, 87% do total de carros novos colocados no mercado. No primeiro bimestre deste ano já são 330 mil, 87% do total, segundo números da Associação Nacional dos Fabricantes de VeÃculos Automotores (Anfavea). No DF, o percentual de carros flex também é de 87% do universo de 15.781 comercializados por concessionárias nos primeiros dois meses do ano, de acordo com o Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de VeÃculos Autorizados do DF (Sincodive).
Os dados da ANP mostraram que o litro de álcool varia entre R$ 1,830 e R$ 1,890, enquanto o da gasolina vai de R$ 2,650 a R$ 2,689. Na maioria dos postos, no entanto, os preços são bem parecidos. Dos 86 postos, 50 estão cobrando R$ 2,680. A proximidade entre os valores não significa formação de cartel, ressalva a diretora do Departamento de Defesa Econômica do Ministério da Justiça, Ana Paula Martinez. ;Pode apenas ser um indÃcio, que precisa ser investigado. Mas é esperado que haja preço parecido porque é o mesmo produto;, alerta.
Ouça entrevista: Celso Arruda, professor da Unicamp