postado em 13/03/2009 18:06
Notícias um pouco mais positivas sobre os bancos dos EUA ajudaram os mercados de ações, sem exceção da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a terem forte recuperação nesta semana. O câmbio fechou a R$ 2,30, menor taxa de 16 de fevereiro.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, retraiu 0,35% no fechamento, descendo para os 39.015 pontos. Na semana, o índice valorizou 5,15%. O giro financeiro foi de R$ 3,66 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,75%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,300, em leve baixa de 0,04%. A taxa de risco-país marca 438 pontos, número 1,35% abaixo da pontuação anterior. Na semana, a taxa de câmbio caiu 3,16%. "Todo mundo estava com expectativas tão negativas, que quando surgiram algumas notícias um pouco mais positivas, o mercado parou de piorar", comenta Mário Paiva, analista da corretora Liquidez. Durante a semana, o mercado se animou com as primeiras notícias favoráveis, em muitos meses, sobre a situação dos grandes conglomerados financeiros dos EUA, a exemplo do Citigroup, Bank of America e JP Morgan. Os dois primeiros melhoraram o humor dos investidores quando informaram resultados positivos no primeiro bimestre do ano. Fora do setor financeiro, a General Motors também ajudou a trazer algum alívio quando comunicou que iria abrir mão de US$ 2 bilhões em ajuda federal para o mês de março.
No front doméstico, o noticiário não foi tão positivo e analistas se assustaram com o tamanho do "tombo" do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A contração de 3,6% no trimestre final de 2008 forçou muitos a revisarem seus cenários para 2009 e o termo "recessão" voltou a circular com mais força nos relatórios de bancos e corretoras. Nem o corte de 1,5 ponto percentual na taxa Selic ajudou muito a melhorar as expectativas e alguns analistas já esperam uma taxa básica de juros em um dígito até o final de 2009. O juro atual é de 11,25% ao ano.
"Nós projetamos um corte de 1 ponto percentual na taxa de juros para a reunião de abril e projetamos uma queda para 8% até o final deste ano", avalia a área de pesquisa econômica da consultoria Capital Economics.
Entre as principais notícias do dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que as vendas do comércio tiveram crescimento de 1,4% em janeiro, o primeiro resultado positivo após três meses de contração.
No mundo
O Instituto de Finanças Internacionais, em inglês (IIF), a maior associação de bancos do mundo, anunciou hoje que projeta uma contração de 1,8% da economia global, reforçando as previsões já divulgadas do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Departamento do Comércio dos EUA informou que o país teve déficit comercial de US$ 36 bilhões em janeiro, o menor desde outubro de 2002. O resultado refletiu a queda nas importações de petróleo - que chegaram ao nível mais baixo em três anos.
A Universidade de Michigan detectou poucas alterações no nível de confiança do consumidor americano na economia nacional. O indicador continua em níveis baixos, devido ao efeito dos dados negativos do mercado de trabalho sobre a confiança dos americanos na economia, avalia a área de pesquisa econômica da Universidade.