postado em 13/03/2009 18:41
Após um dia turbulento, as Bolsas americanas fecharam nesta sexta-feira com o quarto dia seguido de ganhos, garantindo que esta semana fosse a melhor em Wall Street desde novembro do ano passado.
O Dow Jones Industrial Average - principal indicador da Bolsa de Valores de Nova York (nyse, na sigla em inglês) ganhou 0,75%, a 7.223,98 unidades, enquanto o ampliado S 500 avançou 0,77%, para 756,55 pontos. Na Bolsa tecnológica Nasdaq, o indicador Nasdaq Composite ganhou 0,38%, para 1.431,50 unidades.
A virada começou a ocorrer na terça-feira, quando o Citigroup informou que teve desempenho operacional positivo nos dois primeiros meses do ano - um sinal de que o sistema bancário poderia estar saindo do buraco criado pela crise dos créditos imobiliários "subprime" (de alto risco). Ontem, foi a vez do Bank of America fazer um anúncio semelhante.
Como resultado, ações dos bancos tiveram ganhos consideráveis ao longo da semana. Os papéis do Citigroup avançaram 73%, os do Bank of America valorizaram-se 83% e os da Wells Fargo tiveram alta de 62%.
"O impulso é positivo a curto prazo, o que é importante em um mercado em baixa", considerou Art Hogan, da Jefferies. "Ainda não saímos do esconderijo, mas houve uma mudança notável na mentalidade do mercado esta semana, que se posiciona para a eventualidade de notícias positivas mais do que para notícias negativas", estimou Patrick O´Hare, do site Briefing.com.
Dúvidas
Após vários meses de crise, o mercado permanece cheio de dúvidas, tentando determinar se já atingiu um novo piso ou se a tendência se inverteu. "Voltamos quase ao nível de duas semanas atrás: não se pode dizer que haja uma disparada. Continuamos em queda de 17% em relação ao começo do ano, quando estamos apenas em meados de março", relativizou Hogan.
Um dos pontos que ainda trazem dúvidas aos investidores é a falta de detalhes sobre a ajuda que o governo americano irá conceder ao setor financeiro, para lidar com a questão dos papéis "podres". "Não acho que veremos o verdadeiro fim (das quedas) para o mercado até obtermos um plano abrangente para o setor financeiro", disse o diretor de pesquisa da OakBrook Investments, Peter Jankovskis, à agência de notícias Reuters.
Indicadores
Os indicadores econômicos divulgados hoje não tiveram muito efeito sobre os negócios. A Universidade de Michigan divulgou o índice de confiança do consumidor referente ao início deste mês, que ficou em 56,6 pontos, contra 56,3 em fevereiro. O índice superou também a expectativa dos analistas, que previam um resultado em 55 pontos.
Já o Departamento do Comércio informou que o déficit na balança comercial americana caiu para US$ 36 bilhões em janeiro, o menor desde outubro de 2002. O resultado refletiu a queda nas importações de petróleo - que chegaram ao nível mais baixo em três anos. Além disso, a demanda por artigos importados como carros, maquinário e eletrodomésticos teve queda. Os analistas previam um déficit de US$ 38 bilhões.