Economia

AIG pacou bônus de pelo menos US$ 1 milhão a 73 executivos

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postado em 17/03/2009 16:36
O procurador-geral do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, disse nesta terça-feira que a seguradora americana AIG (American International Group) já pagou bônus de US$ 1 milhão ou mais a 73 executivos da subsidiária AIG Financial Products --incluindo 11 pessoas que já não trabalham mais na companhia. A AIG diz que os bônus fazem parte dos contratos dos executivos --incluindo daqueles responsáveis pelas divisões da empresa que estão mais envolvidas na crise em que a empresa se encontra. Como são cláusulas contratuais, a AIG não pode simplesmente suspender o pagamento dos bônus. Entre as 11 pessoas que receberam bônus da AIG e que já não estão mais na empresa, o valor mais alto passou de US$ 4,6 milhões. Outras 22 pessoas receberam bônus de mais de US$ 2 milhões. "Esses pagamentos foram todos feitos a pessoas na subsidiária cujo desempenho levou às fortes perdas e quase à quebra da AIG", diz a carta do procurador. "Mesmo assim, na semana passada, a AIG fez mais de 73 milionários na unidade que perdeu tanto dinheiro que colocou a empresa de joelhos, forçando uma ajuda com dinheiro do contribuinte. Há algo profundamente errado com esse resultado", prossegue o documento. Dois pacotes A seguradora - que teve um prejuízo de US$ 61,7 bilhões no quarto trimestre, o maior já registrado por uma empresa americana - já havia recebido US$ 150 bilhões do governo quando foi anunciado um novo pacote de ajuda, no valor de US$ 30 bilhões no último dia 2 de março. O prejuízo da empresa foi apresentado no mesmo dia. No ano passado como um todo, a AIG anunciou uma perda, também recorde, de US$ 99,289 bilhões. Em uma carta ao presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados), Barney Frank, Cuomo disse ainda que os 10 principais executivos da empresa receberam um total de US$ 42 milhões. O bônus mais alto pago dentro desse grupo foi de US$ 6,4 bilhões. Investigação Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que pedirá ao Departamento do Tesouro para tentar impedir, "por todo meio legal", a AIG de pagar US$ 165 milhões em bonificações a executivos. "Nos últimos seis meses, a AIG recebeu somas substanciais do Departamento do Tesouro", disse Obama, que acrescentou que pediu ao secretário do Tesouro, Timothy Geithner, que use esse argumento e "busque todo meio legal para bloquear esses bônus". Obama disse ainda que a AIG é uma empresa "que se encontra em dificuldades financeiras devido à negligência e à ganância". "Como eles justificam esse ultraje frente aos contribuintes que estão mantendo a empresa em pé?" Suicídio Entre as críticas que a empresa recebeu, no entanto, a mais contundente foi feita pelo senador republicano pelo Estado de Iowa (centro-norte dos Estados Unidos) Charles Grassley sugeriu que executivos de empresas americanas deveriam adotar comportamentos de sociedades como a do Japão e cometer suicídio ou se desculpar em público quando envolvidos em casos como o da AIG. "Sugiro, obviamente, que eles deveriam ser tirados dos cargos, mas digo que a primeira coisa que me faria sentir um pouco melhor a respeito deles seria se eles seguissem o exemplo japonês e se apresentassem ao povo americano, se curvassem, pedissem desculpas e fizessem uma de duas coisas: renunciassem ou cometessem suicídio", disse Grassley ontem, em uma entrevista a um programa da rádio WMT, no Estado pelo qual é senador. Hoje, o senador tentou atenuar seus comentários, mas ainda fez referência ao ritual do harakiri. Em uma teleconferência, ele afirmou que não quer que as pessoas cometam suicídio, "não é essa a minha ideia". "Eu disse que outras sociedades aceitam isso, e vi escritos sobre o que os japoneses fazem. E alguns executivos-chefe japoneses cometem suicídio. Provavelmente, na maioria dos casos, não fazem isso, mas quando não fazem eles vêm a público e expressam arrependimento; e podem ficar ou sair, mas o ponto é que eles aceitam toda a responsabilidade e a sociedade como um todo sabe que eles aceitam toda a responsabilidade", disse.

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