postado em 18/03/2009 09:23
O número de pessoas desempregadas no Reino Unido no trimestre encerrado em janeiro deste ano superou a marca de dois milhões, pela primeira vez em 12 anos, segundo dados do ONS (Escritório Nacional de Estatísticas, na sigla em inglês) divulgados nesta quarta-feira (18/03).
"O número de desempregados aumentou em 165 mil na comparação trimestral e em 421 mil em ritmo anual, para alcançar 2,03 milhões. O nível e o índice de desemprego são os maiores desde 1997", informou o órgão.
O índice de desemprego era na ocasião de 6,5% da população ativa, também a maior taxa desde 1997, de acordo com o ONS.
"O índice de desemprego era de 6,5% no trimestre concluído em janeiro de 2009, uma alta de 0,5% em relação ao trimestre anterior e de 1,3% em ritmo anual", afirma um comunicado oficial.
Na segunda-feira (16), em seu relatório trimestral, o Banco da Inglaterra (banco central britânico) informou que o Reino Unido corre o risco de entrar numa grave depressão econômica em virtude do alto nível de endividamento de muitas famílias. O banco manifesta preocupação sobre os efeitos que um crescente processo de deflação possa ter sobre a economia, já que o tamanho das dívidas das famílias, que são fixas, poderia aumentar em relação ao restante dos preços.
Na tentativa de suavizar os efeitos da crise, o banco emitiu mais dinheiro neste mês para dar mais liquidez à economia. O banco derrubou a taxa básica de juros para 0,5% e se comprometeu a emitir 150 bilhões de libras (US$ 211,2 bilhões) para a compra de títulos da dívida pública e privada. Com o corte nos juros, a taxa chega assim a um nível baixo inédito na história do banco, fundado em 1694.
Em fevereiro, o ONS informou que, no quarto trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) britânico registrou uma contração de 1,5% em comparação com o trimestre anterior, período também marcado por um índice negativo. Trata-se da primeira vez desde 1991, depois que a economia do país registrou forte desaceleração nos últimos dois trimestres de 2008, arrastada pela crise financeira global.