Economia

Economista: alta no emprego ainda não pode ser vista como tendência

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postado em 18/03/2009 21:30
O saldo positivo de pouco mais de 9 mil contratações com carteira assinada no mês de fevereiro, divulgado nesta quarta-feira (18/03) pelo Ministério do Trabalho, ainda não pode ser considerado uma tendência. O economista da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio-SP) Fábio Pina disse que ainda é preciso ver o comportamento das contratações nos próximos meses. "É uma notícia positiva, melhor do que as que vínhamos tendo, mas é preciso esperar os próximos meses para confirmar uma eventual reversão [da tendência de queda]. A gente troce para que seja isso, mas pode ser também um ponto fora da curva", afirmou Pina. Segundo ele, para que o número de contratações continue crescendo, é preciso que haja um aquecimento da economia." Então, pode até ser possível criar 100 mil empregos no mês de março, como afirmou hoje o ministro do Trabalho, Carlos Lupi", ressaltou o economista. No entanto, mais importante do que o número de empregos é a manutenção do saldo positivo, acrescentou. "Mais importante do que criar 100 mil ou 50 mil (empregos) é que em março continuemos com geração positiva. Evidentemente, é melhor 100 mil do que 50 mil e do que 10 mil. Contudo, se criarmos 10 mil ou 20 mil empregos em março, vai começar a se consolidar um momento de virada, e isso é o mais importante", disse Pina. Normalização Para o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, Adi Lima, o saldo positivo em fevereiro mostra que o mercado de trabalho começa a se normalizar, depois de três meses seguidos de demissões. No entanto, Lima também acha que é precipitação falar em tendência positiva para os próximos meses. "O número ainda é modesto, é singelo, mas é um bom sinal diante da crise mundial. O Brasil está contratando; Europa e Estados Unidos estão demitindo, afirmou. Dizer que esse saldo é uma tendência de alta ainda é muito precipitado, mas nós estamos com uma avaliação de que o segundo semestre do ano será certamente melhor", destacou. Indústria De acordo com o sindicalista, apesar de alguns setores, como o de ensino, terem mostrado aumento do número de contratações, ainda é preciso que a indústria volte a contratar. "Esse setor tem peso significativo no mercado de trabalho, com a construção civil e a indústria automobilística", disse Lima. Conforme dados divulgados hoje pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, em fevereiro deste ano, foram criados 9.179 postos de trabalho com carteira assinada. No mês, foram contratadas 1,23 milhão de pessoas e demitidas 1,22 milhão.

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