postado em 19/03/2009 15:14
A maioria dos líderes da América Latina está pessimista com relação à crise e prevê uma queda ou apenas um ligeiro aumento da renda per capita na reunião nos próximos quatro anos, segundo pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A pesquisa, realizada entre 317 funcionários de governo, executivos do setor privado e ONGs, acadêmicos e jornalistas, de 26 países latino-americanos, mostrou também que os consultados preveem que os governos dependerão mais do financiamento de organismos multilaterais.
Entre os entrevistados, 92% esperam uma queda ou um pequeno aumento da renda per capita, indicou a pesquisa realizada de novembro de 2008 a janeiro deste ano. Estes resultados serão debatidos na assembléia de governadores do BID na cidade colombiana de Medellín de 27 a 31 de março.
A percepção mais negativa diante da crise foi constatada no Haiti, Nicarágua e El Salvador, enquanto os peruanos e chilenos foram os mais otimistas.
A renda per capita cresceu em média na região 4,1% ao ano nos últimos cinco anos, segundo dados do BID.
"A pesquisa mostrou que os líderes da América Latina e o Caribe estão muito preocupados com a economia mundial e o possível impacto da crise em relação a pobreza", disse Luis Alberto Moreno, presidente do BID. Segundo Moreno, agora é importante o papel dos órgãos multilaterais, para oferecerem financiamento em momentos de seca do crédito.
Além disso, 90% dos pesquisadores previram que os governos aumentarão ou manterão sua influência sobre a economia em seus respectivos países nos próximos quatro anos. A pobreza e a desigualdade foram identificadas como os maiores desafios da região.