postado em 20/03/2009 16:21
O movimento que intensifica a fiscalização nos postos fiscais das rodovias do Distrito Federal já causa reflexos no setor atacadista da região. De acordo com o Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista), as empresas temem que mercadorias comecem a faltar para abastecer o varejo. E na lei de procura e oferta, com produtos em falta, os preços podem subir.
O diretor executivo do sindicato, Anderson Nunes, explica que muitas empresas não trabalham com grandes estoques e são elas as primeiras a sentir as consequências do movimento realizado pelo Sindicato dos Funcionários Integrantes da Carreira Auditora Fiscal do Tesouro do DF (Sinafite-DF). Segundo Nunes, os produtos que mais sofrem com a demora na liberação dos caminhões nos postos fiscais são os perecÃveis, como carne e laticÃnios. "São produtos que podem deteriorar se ficarem parados em caminhões. Como já há caminhões parados, aqueles que chegarem depois demorarão ainda mais para serem fiscalizados. Isso vira uma bola de neve", queixa-se. Outro setor que poderá ser prejudicado, na avaliação do Sindiatacadista, é o de materiais de construção.
Para o sindicato, é o consumidor final quem sairá mais prejudicado caso a greve continue por muito tempo. A consequência do atraso para que as mercadorias cheguem às empresas atacadistas poderá ser o reajuste dos preços. "Mas esperamos que a situação se resolva logo, assim será melhor para os servidores em greve, para os empresários e para os consumidores".
Greve
A mobilização do Sinafit começou no dia 2 deste mês e intensificou, durante três dias, a fiscalização das mercadorias que entravam no DF. Depois de três dias, os servidores decidiram suspender o movimento. Na ocasião, o sindicato se reuniu com o secretário de Fazenda do DF, Valdivino de Oliveira, e recebeu a promessa de elaboração de um plano para reestruturar a carreira. Insatisfeitos com a demora nas negociações, os servidores devidiram retomar o movimento nesta semana, no dia 16.
A ação consiste em intensificar a fiscalização das mercadorias que entram no DF. Os dois postos fiscais mais movimentados, e onde mais atrasos são registrados, ficam na BR-040, rodovia que liga o DF ao Rio de Janeiro e a Belo Horizonte, e na BR-060, com saÃda para Goiânia. "Estamos checando todas as notas para ver se estão em situação regular. Em alguns veÃculos também estamos conferindo a carga", afirmou o vice-presidente do Sinafite, Marco Aurélio Francisco Lopes.
Em um comunicado publicado na e dirigido à sociedade do DF, o Sinafit confirnou que o "atendimento nas agências ficará seriamente comprometido com a greve e que a fiscalização intensificada nos postos fiscais poderá causar sensÃveis atrasos no recebimento de mercadorias por parte dos estabelecimentos comerciais".