postado em 20/03/2009 18:02
São Paulo - Apesar dos recentes indicadores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve o discurso otimista na tarde desta sexta-feira (20/03), em São Paulo, ao considerar que, para o país, o pior momento da crise internacional já passou.
;O crédito brasileiro está voltando a normalidade, diferentemente de alguns países no mundo, sobretudo os ricos. Trabalho com a confiança de que teremos um segundo trimestre melhor do que o primeiro e que vamos ter um terceiro melhor. E que a partir daí as economias brasileira, argentina, da América do Sul e do mundo inteiro começam a se recuperar. É assim que eu trabalho com a crise;, arriscou o presidente.
Segundo ele, a economia brasileira apresenta ;sinais de recuperação;. ;No mês de fevereiro já houve um crescimento positivo dos empregos formais criados;, disse Lula, antes de acrescentar que as ;grandes obras; do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) vão continuar a gerar novos postos de trabalho.
Para o presidente, também o setor automotivo começa a reagir: ;Na indústria automobilística, que teve uma crise medonha no último trimestre do ano passado, algumas empresas já estão convocando os trabalhadores para fazer hora-extra no sábado. Acho isso importante.;
Tranquilidade
Lula deu as declarações após reunir-se com a presidente argentina, Cristina Kirchner, na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), onde foi realizado o Encontro Empresarial Brasil-Argentina.
Questionado, em entrevista coletiva, sobre a possibilidade de ter sido excessivamente otimista ao dizer, ano passado, que a crise chegaria ao Brasil como uma ;marolinha;, o presidente negou erros de avaliação por parte de sua equipe econômica e preferiu não reformular suas afirmações anteriores.
Ao contrário. Lula classificou como ;problema sério; o período crítico enfrentado no último trimestre de 2008, apresentou indicadores favoráveis à perspectivas positivas e manteve seu discurso de confiança.
Construção Civil
;Eu acho que nós temos é que trabalhar nessa crise. É por isso que eu trato a crise com uma certa tranquilidade. É porque ela é uma oportunidade para fazermos mais coisas;, afirmou o presidente, lembrando que, na próxima quarta-feira (25/03), o governo oficializa o anúncio do programa de construção de um milhão de casas populares para pessoas com renda entre zero e 10 salários mínimos.
;Esperamos ser um desafio extraordinário para a indústria da construção civil, que passou 50 anos reclamando e agora vai ter um milhão de casas para serem construídas;, pontuou.
O presidente disse ainda que a equipe econômica vem tomando as providências necessárias para minorar os efeitos da crise internacional e que novas medidas poderão vir a ser anunciadas, caso seja preciso fazer "novos ajustes."