postado em 23/03/2009 08:29
Em tempos de crise financeira internacional e retração no mercado interno, pelo menos um setor da economia está com o vento a favor. Trata-se da previdência aberta, cuja velocidade de cruzeiro superou, no ano passado, a dos poderosos fundos de pensão, entidades fechadas de previdência complementar, muitas com patrocínio de grandes empresas estatais. Enquanto os fundos de pensão multiplicaram suas reservas duas vezes e meia entre 2002 a 2008, esse índice na previdência aberta chegou a mais de quatro no mesmo período.
Segundo o diretor de Vida da Caixa Seguros, Juvencio Cavalcante Braga, o crescimento do setor decorre da percepção dos clientes de que a previdência aberta não tem como única função complementar o valor da aposentadoria. Ela pode ser, também, uma oportunidade de investimento, além de servir como opção para um planejamento financeiro de médio e longo prazos, podendo ainda ser uma alternativa para quem deseja definir, em vida, seus herdeiros.
Foi pensando em garantir a educação dos filhos que a funcionária pública Vívian Lobo contratou, assim que o segundo filho nasceu, há 11 anos, um plano de previdência para cada um. Vívian quer poder contar com o dinheiro quando as crianças, hoje menores de idade, atingirem 18 anos. Os recursos poupados por ela durante anos ; são R$ 228,00 todo mês para cada um ; poderão ser destinados ao pagamento de um intercâmbio, uma pós-graduação no exterior ou até mesmo a compra de um carro ou outro bem.
Renda extra
Previdente, Vívian resolveu fazer há cerca de quatro anos um plano de previdência próprio, para assegurar uma renda extra na aposentadoria. Mesmo sendo funcionária pública e sabendo que vai contar na aposentadoria com o salário integral, ela não quer correr o risco de ver sua renda diminuir nos anos vindouros. ;Quero manter a qualidade de vida;, declarou. Para isso, Vívian abriu mão de consumir e está deixando de gastar R$ 1 mil todo mês. É esse o montante que ela aplica para ter tranquilidade em relação ao seu futuro e ao dos filhos.
No planejamento de médio e longo prazos, segundo Juvencio, pode estar a tão sonhada viagem ao exterior ou até mesmo o ano sabático. Para usufruir de um ano sem trabalhar, só vivendo de rendas acumuladas, é preciso planejar e cumprir o estabelecido.
De acordo com os cálculos feitos pela Caixa Seguros, se o cliente quiser acumular R$ 100 mil em 10 anos vai ter que poupar pelo menos R$ 500,00 todo mês. Já para quem quer apenas uma opção de investimento, é preciso comparar com a rentabilidade de outras aplicações como, por exemplo, os fundos de investimento financeiros (FIFs).
Os planos de previdência abertos rendem mais porque a tributação é diferenciada, ou seja, só incide no momento do resgate. Em contrapartida, o cliente tem que saber que, no caso de saque antecipado, vai pagar muito caro e ter um prejuízo grande. Ou seja, para garantir a totalidade dos ganhos, tem de estar disposto a poupar por um prazo longo.
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