postado em 24/03/2009 13:20
O presidente do Fed (Federal Reserve, o BC americano), Ben Bernanke, disse nesta terça-feira (24/03) em audiência no Congresso dos EUA que quis impedir que a seguradora American International Group (AIG) pagasse bonificações a seus executivos, depois do governo investir US$ 180 bilhões para impedir o colapso da empresa.
Bernanke e o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, prestam hoje esclarecimentos ao Comitê de Finanças da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados), em meio à controvérsia sobre os US$ 165 milhões em bônus aos executivos da AIG.
Bernanke afirmou que, quando soube das gratificações pagas aos executivos para que eles continuassem trabalhando com a AIG, julgou "muito inadequado dar bônus substanciais aos empregados da divisão que tinha sido causa primordial do colapso da AIG".
"Pedi que fossem impedidos os pagamentos, mas fui informado de que deviam ser cumpridos sob contratos concluídos antes da intervenção do governo", disse Bernanke.
O presidente do Fed disse que cogitou iniciar um processo para impedir os pagamentos, mas assessoria legal o aconselhou "contra esse curso de ação", acrescentou.
Bernanke e Geithner pediram aos legisladores que ampliem as atribuições de suas respectivas agências para dispor a liquidação de firmas financeiras de uma maneira ordenada.
Os dois explicaram que, sob a legislação atual, tudo o que as agências federais podem fazer é intervir nos bancos e fechá-los, e, como resultado disso, o Fed e o Tesouro tiveram que improvisar perante a crise financeira que afetou os bancos, firmas financeiras e de seguros maiores.
Bernanke manifestou que, devido à exposição de bancos, governos estaduais e locais, e fundos de investimento ao colapso da AIG, os Estados Unidos enfrentaram no ano passado "uma crise ao estilo da Grande Depressão dos anos 30".