Jornal Correio Braziliense

Economia

OIT propõe pacto mundial pelo emprego

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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) fez nesta terça-feira (24/03) um apelo à criação de um pacto mundial pelo emprego, que converta a questão em prioridade entre as medidas de reativação da economia mundial. "Precisamos implementar o mais cedo possível uma estratégia de recuperação coerente, coordenada, e que esteja orientada para o emprego", disse o diretor-geral da OIT, Juan Somavia. "Se as medidas de estímulo atrasarem, a crise do emprego se tornará prolongada e severa, e sua recuperação só começaria a partir de 2011", advertiu Somavia. Ele destacou que o mundo precisará criar 90 milhões de novos postos de trabalho nos próximos dois anos se quiser evitar um aumento do desemprego, que atingiu mais de 200 milhões de pessoas em 2008. Em suas previsões anuais publicadas em janeiro, a OIT estimou que a crise poderá fazer aumentar em 51 milhões o número de desempregados entre 2008 e 2009. A organização advertiu que essas cifras, baseadas numa previsão de crescimento mundial de 0,5%, serão revistas para menos, tendo em conta que o FMI prevê, agora, uma queda no Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas de um país) mundial de 0,5% a 1%. Segundo uma análise da OIT, as medidas sociais representam, em média, apenas 9,2% dos gastos previstos nos planos de reativação colocados em prática em 40 Estados membros da Organização. "Só a metade dos países analisados anunciaram iniciativas dirigidas ao mercado de trabalho, e os recursos que essas nações destinam a essas medidas são relativamente limitados", disse Raymond Torres, diretor do Instituto Internacional de Estudos Trabalhistas da OIT. O instituto publicou sua análise nesta terça-feira voltado para as discussões sobre o emprego que possam advir da reunião do G20 (grupo que reúne representantes de países ricos e dos principais emergentes) em Londres, no dia 2 de abril.