postado em 24/03/2009 17:25
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) devolveu parte do "dia gordo" desta segunda-feira (23/03), quando fechou em alta de 5,89%. O termômetro da Bolsa de São Paulo, o Ibovespa, recuou 2,24% no fechamento, aos 41.486 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,10 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com retração de 1,49%.
De um lado, os investidores preferiram embolsar os lucros com a disparada das ações ontem e revisaram a recepção eufórica ao plano do Tesouro americano para sanear os bancos. O câmbio manteve sua trajetória de baixa e desceu para R$ 2,24, a menor taxa desde o início de fevereiro.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,243, em declínio de 0,13%. A taxa de risco-país marca 416 pontos, número 1,71% acima da pontuação anterior.
A bolsa brasileira teve a sua segunda maior valorização neste ano logo após o anúncio do Tesouro de que vai mobilizar pelo menos US$ 500 bilhões para tirar dos bancos os "ativos tóxicos" - créditos problemáticos gerados na crise dos "subprimes" - passando adiante esses papéis por meio de leilões com investidores privados, fornecendo ao mesmo tempo grandes garantias.
As condições oferecidas pelo governo entusiasmaram uma boa parcela dos investidores e analistas, que viram uma possível "luz no final do túnel" para o impasse dos bancos, carregados de papéis podres e com a circulação de crédito travada. Hoje, no entanto, com a "cabeça fria", ganharam maior relevância as primeiras dúvidas sobre a viabilidade dessas propostas.
"Mesmo com a participação do governo com capital e garantias no fundo para compra de ativos tóxicos, é incerta a atratividade tanto por parte de quem ofertará as carteiras de títulos tóxicos (...), como por parte da demanda", questionava o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, em relatório aos investidores logo na abertura do mercado.