Economia

PF apreende R$ 1,5 milhão em operação contra fraude na construção

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postado em 25/03/2009 17:27
A Polícia Federal apreendeu nesta quarta-feira (25/03) R$ 1,5 milhão em espécie em escritórios de doleiros no Rio de Janeiro durante a Operação Castelo de Areia, que desarticulou uma quadrilha especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro. A operação prendeu dez pessoas, entre quatro diretores e duas secretárias da construtora Camargo Corrêa e três doleiros. Segundo a PF, o articulador do esquema também foi preso. Ao todo, foram expedidos dez mandados de prisão - três temporárias (de um diretor e duas secretárias da construtora) e as demais preventivas-- e 16 mandados de busca e apreensão. Os nomes dos detidos não foram divulgados. "Não é possível fazer um levantamento do montante (de dinheiro do esquema). Qualquer valor seria precipitado. É preciso manter em sigilo esse valor para não cometer nenhuma precipitação, porque parte do dinheiro enviado para o exterior pode ser legal", afirmou José Alberto Iegas, delegado de Combate ao Crime Organizado de São Paulo. De acordo com a PF, a operação foi deflagrada para desarticular uma suposta quadrilha inserida na construtora. Por meio de nota, a Camargo Corrêa se disse perplexa com a operação e que confia nos funcionários detidos, embora ainda não tenha acesso às informações da PF. "A Camargo Corrêa vem a público manifestar sua perplexidade diante dos fatos ocorridos hoje pela manhã, quando a sua sede em São Paulo foi invadida e isolada pela Polícia Federal, cumprindo mandado da Justiça. Até o momento a empresa não teve acesso ao teor do processo que autoriza essa ação", afirmou a empresa. Políticos Segundo informações colunista Mônica Bergamo, a investigação vai respingar em alguns dos principais partidos políticos do país. Os principais crimes investigados pela Polícia Federal na operação são evasão de divisas, operação de instituição financeira sem a competente autorização, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude a licitações. Somadas, as sentenças por esses crimes podem chegar a 27 anos de prisão. A Polícia Federal informou que a quadrilha movimentava dinheiro sem origem lícita aparente através de empresas de fachada e operações conhecidas como dólar-cabo - sem registro no Banco Central, através de depósito em conta brasileira de doleiros que possuem contas no exterior para transferência ao destino final do dinheiro. O objetivo era prender funcionários da construtora, além do articulador do esquema criminoso e dos doleiros identificados, segundo comunicado da PF. Diversos clientes dos doleiros investigados foram também identificados e podem responder por crime de evasão, cuja pena chega a seis anos de prisão. Serão instaurados inquéritos policiais para apurar suas participações.

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