postado em 26/03/2009 15:41
O relatório médico que a defesa de Eliana Tranchesi, dona da boutique de luxo Daslu, deve entregar à Justiça aponta que a empresária já sofre com a metástase do câncer pulmonar e que demanda "cuidados médicos diários". O laudo é de autoria do oncologista Sérgio Daniel Simon, do Departamento de Oncologia do Hospital Albert Einstein, da cidade de São Paulo.
Tranchesi foi presa no início da manhã desta quinta-feira pela Polícia Federal, atendendo a uma sentença da 2¦ Vara da Justiça Federal, em Guarulhos (Grande SP). A empresária é acusada, entre outros crimes financeiros, de sonegação fiscal (descaminho), formação de quadrilha e falsificação de documentos.
Em seu relatório, o oncologista afirma que a empresária "é portadora de Adenocarcinoma de Pulmão [raro câncer pulmonar] com metástases em coluna lombo-sacra" e que "encontra-se em tratamento radioterápico e quimioterápico". O documento deve ser utilizado pela defesa de Tranchesi para pedir a soltura da empresária, detida na penitenciária feminina do Carandiru, na zona norte de São Paulo.
A advogada Joyce Roysen afirma que a dona da Daslu "tem o direito constitucional de recorrer em liberdade". A defesa promete entrar com um pedido de habeas corpus ainda nesta quinta-feira.
Leia abaixo o teor do relatório médico divulgado pela assessoria da Daslu:
"Relatório Médico A Sra. Eliana Maria Piva de Albuquerque Tranchesi encontra-se sob meus cuidados médicos desde Março de 2009. A paciente é portadora de Adenocarcinoma de Pulmão com metástases em coluna lombo-sacra e por esse motivo encontra-se em tratamento radioterápico e quimioterápico.
A paciente recebeu dose de quimioterapia em 21 de março de 2009 com as drogas Alimta, Carboplatina e Avastin.
Na fase em que se encontra atualmente, a paciente necessita de cuidados médicos diários, para a aplicação subcutânea de medicação e controle de exames de sangue.
Devido ao uso de quimioterapia, a paciente tem alto risco de infecção generalizada, motivo pelo qual está recebendo medicação diária.
Além disso, o uso de Avastin aumenta o risco de crises de hipertensão arterial e sangramento, e também necessitam de atenção médica continuada.
Por esses motivos, creio que a mesma não deva permanecer em prisão comum, sendo mais seguro a prisão domiciliar com os cuidados médicos apropriados.
São Paulo, 26 de março de 2009.
Dr. Sérgio Daniel Simon Prof. Oncologia UNIFESP Depto. Oncologia Hospital Albert Einstein (Ditado via telefônica, não assinado por ausência de São Paulo) Dr. Andrey Soares CRM nr. 112.829 Assistente Prof. Dr. Sérgio Daniel Simon"