postado em 26/03/2009 16:39
As corretoras de câmbio trocaram o dólar comercial por R$ 2,240 nas últimas operações desta quinta-feira (26/3), o que representa um decréscimo de 0,40% sobre a cotação final de ontem. É a menor taxa desde 9 de fevereiro. Neste mês, os preços da moeda americana já acumulam queda de 5,48%. O dólar turismo foi cotado por R$ 2,360, em baixa de 0,42%, na praça de São Paulo.
Profissionais das mesas de operações notaram uma mudança real do humor. A trégua nas más notícias da economia americana, e os últimos pacotes do governo dos EUA para retomar o crescimento foram fatores que alteraram um pouco as expectativas de boa parte dos agentes financeiros. "O mercado quer acreditar [na melhora da economia]", resume Luiz Carlos Baldan, diretor da corretora de câmbio Fourtrade. "A expectativa é de taxas de câmbio mais baixas e de Bolsa em alta", avalia.
Hoje, a notícia que animou os espíritos veio do Departamento de Comércio dos EUA, que divulgou sua estimativa final para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). No quarto trimestre do ano passado, a economia americana amargou uma contração de 6,3%. O resultado desastroso, no entanto, ainda foi melhor do que as previsões de boa parte dos economistas de bancos e corretoras --eles estimavam uma retração de quase 7%.
O mercado já havia comemorado ontem a melhora surpreendente do setor industrial, em que as encomendas de bens duráveis tiveram um crescimento de 3,4% em fevereiro, o primeiro avanço desde julho e o maior aumento em 14 meses. O resultado foi muito melhor do que o esperado pelo mercado: analistas calculavam uma retração de 2%.
Baldan, da corretora Fourtrade, ressalta que essa melhora de expectativas não significa o fim da volatilidade. "Tem gente no mercado prevendo dólar a R$ 2,10 em abril, mas você encontra analistas também trabalhando com o dólar a R$ 2,45 para o final do ano. Isso quer dizer que pode haver alguns momentos de estresse lá para frente, dependendo das notícias, de algum movimento mais forte de retirada de recursos do país, ou para remeter lucros ou pagar dívidas, por exemplo", comenta.
Juros futuros
O mercado futuro de juros, que referencia as tesourarias dos bancos, elevou as taxas nos contratos mais curtos mas rebaixou nos vencimentos mais longos.
No contrato com vencimento em abril de 2009, a taxa projetada passou de 11,10% ao ano para 11,12%; no contrato para vencimento em janeiro de 2010, a taxa prevista cedeu de 9,73% para 9,71%; e no contrato que vence em janeiro de 2011, a taxa projetada foi mantida em 10,26%.