postado em 27/03/2009 08:05
A crise econômica deixou os consumidores ainda mais temerosos neste mês. De acordo com a Fundação Getulio Vargas, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 0,7% entre fevereiro e março. Calculado de 0 a 200, o indicador atingiu 94,2 pontos, o menor valor da série histórica, iniciada em setembro de 2005. Em relação a março do ano passado, a queda foi de 17,9%. O tombo se deve principalmente a uma piora na avaliação feita pelos consumidores para o momento atual da economia.
Segundo a FGV, o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 1,1% e chegou em 98,3 pontos, menor patamar desde março de 2007. O Índice de Expectativas (IE), que avalia a visão que o consumidor tem do futuro da economia, manteve-se estável em 92,6 pontos, o menor da série. ;Se depender da visão do consumidor brasileiro hoje, as medidas tomadas para estimular o consumo têm que ser mais fortes;, disse Aloísio Campelo, coordenador de sondagens econômicas na FGV.
Na opinião de Campelo, a estabilidade verificada nas expectativas quanto ao futuro da economia pode ser um indicativo de que o ICC não vai cair mais. Para Carlos Thadeu Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o fundo do poço pode estar ainda mais embaixo. ;O consumidor só vai se sentir mas confiante à medida que sinta que tem mais emprego disponível;, afirmou.
Segundo a empresária Mariana Silva Pinto, o que leu sobre a crise mudou sua confiança na economia, mesmo sem ter seu orçamento afetado. Nesse contexto, ela prefere se conter na hora de gastar. A melhor opção, ensinou, é deixar as compras para o momento de promoção. Por isso, ontem, ela foi ao Bazar do Brasília Shopping para garantir um jeans mais barato.
Na pesquisa, a porcentagem dos que avaliam a situação atual como boa caiu de 8,4% para 7,4%. A parcela dos que a julgam ruim subiu de 51,2% para 52,5%. De acordo com a FGV, a parcela dos que pretendem gastar menos aumentou de 39,2% para 40,1%. A enfermeira Eliane Ribeiro, 34, não quer nem pensar em compras caras. ;Só vou gastar se for à vista, não é hora de parcelar porque não sabemos o dia de amanhã;, disse.
Ouça entrevista: Carlos Thadeu Freitas, da CNC
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