postado em 29/03/2009 22:01
Medellín, Colombia- O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, disse neste domingo (29/03) em Medellín, Colômbia, durante a cerimônia de abertura da Reunião Anual da Assembleia de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que os EUA estão prontos para apoiar um substancial aumento dos recursos do FMI e dos bancos multilaterais de desenvolvimento.
Entretanto, Geithner não falou diretamente sobre a proposta de aumento de capital do BID, que os governadores do banco podem aprovar nesta segunda-feira (30/03), de cerca de US$ 180 bilhões. O Congresso dos Estados Unidos pode se opor à proposta, tendo em vista o questionamento de alguns legisladores a perdas de US$ 1,9 bilhões registradas pelo banco na esteira da crise do subprime. Os Estados Unidos são o maior acionista do banco, com 30% de participação no capital.
"Estamos preparados para dar apoio a um substancial aumento, no curto prazo, dos recursos disponíveis no FMI e nos bancos multilaterais de desenvolvimento, e queremos a utilização objetiva de tais recursos de novas maneiras e de modos inovadores", afirmou Geithner.
Mais cedo, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que nenhum país havia se oposto ao aumento durante as discussões preliminares que aconteceram hoje, em preparação para as sessões plenárias da Assembleia de Governadores, que acontecem amanhã. Todos concordaram ser necessário "deflagrar o processo de aumento de capital do banco e, somado a isso, "adotar medidas que capacitem o banco atender a demanda".
Uma posição oficial sobre o tamanho do aumento de capital do BID e sobre a posição norte-americana devem ser conhecidas amanhã. Em oito aumentos de capital feitos pelo BID, os Estados Unidos não participaram de nenhum, quando seu capital caiu para os atuais 30%.
O secretário do Tesouro dos EUA citou, entre os elementos essenciais para uma resposta coordenada para a crise, "garantir que as instituições internacionais possam oferecer rapidamente recursos substanciais para ajudar os países emergentes e em desenvolvimento a se ajustarem a acelerada queda no crescimento global e a dramática inversão do fluxo de capitais". Segundo Geither, isso pode ser visto no mundo e "mesmo nesta região e até em países com posições externas sólidas e registros sólidos de prudente administração financeira.
"Passamos por um momento crítico, para este hemisfério, para a economia global e para o BID. Enfrentamos desafios extraordinários, esta é uma crise global e exige respostas globais" disse o secretário do Tesouro dos EUA. "Este é um momento para o mundo se unir", acrescentou.
Na sessão inaugural, Geithner esteve ao lado do ministro das Finanças da Colômbia, Oscar Ivan Zuluaga; do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza; do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe; e do presidente do BID, Luis Alberto Moreno.