Economia

PIB do Brasil cairá 1% em 2009, prevê comissão latino-americana

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postado em 02/04/2009 09:03
A crise econômica internacional deve fazer com que a economia brasileira registre uma retração de 1% em 2009, segundo informou nesta quarta-feira (1º/04) a secretária-executiva da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, durante um fórum em Bogotá, na Colômbia. Segundo a Cepal, o Brasil deve ser um dos países mais afetados pela crise na região, junto com México - cujo PIB deve registrar queda de 2% -, Costa Rica (-0,5%) e Paraguai (-0,5%). Ainda de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira, a economia da região como um todo deve registrar um recuo de 0,3% em 2009, no que seria "o primeiro retrocesso depois de seis anos de crescimento", segundo com um comunicado divulgado pelo órgão. Em um discurso no seminário Latin America Emerging Markets Forum 2009 (Fórum de Mercados Emergentes da América Latina, em tradução livre), em Bogotá, Bárcena afirmou que os efeitos da crise internacional serão "sentidos com força" este ano na América Latina e no Caribe. A Cepal também prevê que a taxa de desemprego na região deverá aumentar para cerca de 9% em 2009, depois de atingir 7,5% em 2008. Este resultado, segundo o organismo, deverá provocar uma "alta na pobreza". Em uma entrevista recente à BBC Brasil, Bárcena observou que a região - e especialmente o Brasil - experimentou um período "extraordinário" de crescimento econômico e inclusão social, mas afirmou temer que a crise mudasse este cenário. Efeitos Segundo as previsões da Cepal, os únicos países da região que devem registrar crescimento econômico este ano são Panamá, Peru, Cuba e Bolívia, "que manteriam um crescimento positivo igual ou superior a 3%". Chile e Equador, por outro lado, devem apresentar crescimento nulo em 2009, de acordo com a Cepal. Para o organismo, os efeitos negativos são resultado da desaceleração do comércio internacional, da queda nos preços das matérias-primas e da redução nas exportações. Por estes motivos, as economias definidas como "mais abertas" - como o México e os países da América Central -, seriam as mais afetadas. Outros motivos para a retração seriam a queda no turismo - especialmente no Caribe e na América Central - e uma "redução nos investimentos estrangeiros diretos". Dificuldades Alicia Bárcena afirmou que, "por enquanto", as economias da região mostraram "solidez" para "enfrentar os impactos" da turbulência financeira. "Isso ocorre por terem aproveitado a bonança dos anos anteriores para acumular reservas e diminuir o endividamento", afirmou, segundo comunicado da Cepal. No entanto, alguns países "podem ter dificuldades" se a crise atual se prolongar ou se aprofundar. A Cepal também prevê que a região registrará, este ano, déficit em suas contas públicas e externas. Para amenizar os efeitos negativos da crise, a secretária-executiva do órgão sugeriu que os setores mais vulneráveis da sociedade recebam "proteção ativa" do Estado e que "se evite o protecionismo e se preserve o gasto social".

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