Economia

G20 destinará US$ 1 trilhão ao FMI para ajudar países atingido pela crise

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postado em 02/04/2009 13:27
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, confirmou nesta quinta-feira (2/04) que os países do G-20 (grupo que reúne representantes dos países ricos e dos principais emergentes), cujos líderes se reuniram hoje em Londres, vão destinar US$ 1 trilhão ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar países com problemas decorrentes da crise econômica global. Controle de bancos, paraísos fiscais e bônus também foram determinados pelo grupo. "O G20 alcançou novo consenso de que se tem de agir conjuntamente. (...) Problemas globais requerem soluções globais", disse Brown em entrevista coletiva após seu pronunciamento. Segundo ele, o encontro vai permitir uma "ação coletiva, e não uma coleção de ações individuais". Outro ponto abordado por Brown foi a necessidade de "trabalhar urgentemente com os líderes" mundiais para fazer avançar a Rodada Doha de liberalização comercial, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo ele, para expandir o comércio global, serão destinados fundos de US$ 250 bilhões aos países para financiamento. O texto final inclui um acordo para endurecer as regulamentações sobre "hedge funds" (fundos de alto risco), paraísos fiscais e o sistema bancário. "O sigilo bancário do passado tem de acabar (...) Estamos entrando em um processo profundo de reestruturação de nosso sistema financeiro para o futuro." Os países reforçaram ainda a necessidade de criar um método de eliminar os ativos "podres" (de alto risco de calote) dos bancos, manter as políticas de corte de juros e atingir investimentos de US$ 5 trilhões (já em curso) para a criação de empregos. Brown ressaltou que tal cifra reflete o maior investimento já feito no mundo. "Chegamos a um novo consenso para empreendermos uma ação global juntos. Faremos o que for necessário para restaurar o crescimento e os empregos", disse Brown, em pronunciamento. "Não há reparos rápidos, mas podemos encurtar a recessão e salvar empregos (...) e evitar que crises como essa aconteçam de novo", afirmou. No documento final desta reunião do G20 saíram ainda decisões de redefinir as regras para o pagamento de bônus, "sem recompensa para o fracasso", segundo as palavras de Brown. Também foi determinado o objetivo de desenvolver um "sistema de alarme precoce" para crises. Segundo o premiê britânico, as instituições internacionais, como o FMI, passarão por uma "modernização" para incluir mais os países emergentes. Brown destacou, porém, que apesar da melhora de alguns indicadores nada será resolvido de uma hora para outra. "Os países chegaram a um plano que envolve maiores cortes de taxas de juros, maior aumento de recursos na história de instituições internacionais. É uma reestruturação do sistema fiscal do mundo inteiro", ressaltou. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que as medidas econômicas e financeiras anunciadas pelo G20 darão ao mundo uma "arquitetura mais clara para o mercado financeiro". Segundo ela, o acordo obtido hoje na cúpula foi "um compromisso muito, muito bom, quase histórico". Os países que compõem o G20 representam quase 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e dois terços da população do planeta.

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