postado em 03/04/2009 20:19
A Veracel e suas terceirizadas anunciaram a demissão de cerca de 760 trabalhadores da produção de eucalipto no extremo sul da Bahia. Com a readequação à crise econômica, a empresa --formada pela associação da brasileira Aracruz e da sueco-filandesa Stora Enso-- e as prestadoras de serviços realizarão o desligamento de 18% dos 4.200 empregados diretos e indiretos.
A Proden (associação das terceirizadas do setor no extremo sul baiano) anunciou nesta quinta-feira (2) que ao menos 700 pessoas serão desligadas das prestadoras de serviços. A mais afetada é a Plantar, com 570 dispensas.
A situação fez a Procuradoria do Trabalho em Eunápolis (671 km de Salvador) ingressar hoje com uma ação na Justiça para tentar impedir que as dispensas ocorram sem negociações com o Sindicelpa (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Papel e Celulose da Bahia) e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Eunápolis.
O secretário-executivo da Proden, Cleydson Brito, disse que ocorrerão diálogos com os trabalhadores, mas diz que as demissões são inevitáveis. Ele afirmou que todas as prestadoras de serviços readequaram seus contratos.
As demissões não atingem as instalações industriais da Veracel. Os 60 trabalhadores demitidos pela empresa são das atividades de plantio, de acordo com o Sindicelpa. Outros 54 funcionários do viveiro de mudas entraram em férias.
A concentração das demissões nas atividades florestais, segundo a Veracel, ocorrem em virtude da crise econômica e "pela complexidade do licenciamento para novos plantios de eucalipto", de acordo com comunicado da empresa.
Entretanto, o secretário de Meio Ambiente da Bahia, Juliano Melo, afirma que o processo de licenciamento do projeto de expansão da Veracel encontra-se dentro do prazo. O cronograma, segundo ele, prevê que o pedido de licença de localização (equivalente à licença prévia do Ibama) seja enviado em outubro para o Conselho Estadual do Meio Ambiente.
O início das operações da Veracel em Eunápolis ocorreram em 2005, quando o presidente Lula disse que a inauguração era o maior investimento privado do seu primeiro mandato. Foram alocados US$ 1,2 bilhão no projeto, que contou com financiamento do BNDES.