postado em 04/04/2009 09:11
A saída para o desenvolvimento sustentável do Distrito Federal é encarar o Entorno como uma região de oportunidade para a instalação de empresas que possam oferecer emprego e renda para cada região. Essa posição ficou clara no seminário Estratégias para o Desenvolvimento Sustentável do DF e seu Entorno, promovido pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Distrito Federal (Sebrae/DF) e parceiros. Representantes dos governos envolvidos se posicionaram a favor da recriação da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), assim como da criação de um banco de desenvolvimento para a região.
;É uma visão estreita pensar no Entorno apenas como fonte de problemas para o Distrito Federal;, disse a diretoria do Sebrae/DF, Maria Eulalia Franco. Na avaliação de Eulalia, é do interesse do governo do Distrito Federal o desenvolvimento de ações integradas para promover a expansão sustentável da região. Só assim, o GDF evitará a sobrecarga em termos de infraestrutura, empregos e serviços, que hoje recaem sobre Brasília.
O economista Júlio Miragaya, vice-presidente do Instituto Brasiliense de Estudos da Economia Regional (Ibrase) concorda. Ele defende a industrialização como forma de gerar renda e emprego em toda a região. Para o DF, o economista disse que o ideal é atrair investimentos para a área de informática. ;Temos pessoal capacitado para trabalhar nas áreas de ponta;, observou. Já no Entorno, ele disse que a melhor opção é a instalação de indústrias intensivas em mão de obra, como a indústria têxtil, alimentícia, metalúrgica e de calçados.
Segundo o economista, o índice de desemprego no Entorno metropolitano de Brasília é por volta de 20%, mais do que o dobro do índice nacional. Esse percentual, no entanto, não é captado na pesquisa feita pelo Dieese, que é restrita ao Distrito Federal. ;Os desempregados do DF somam cerca de 230 mil pessoas. No Entorno temos outras 150 mil;. De acordo com Miragaya, só para evitar o aumento do desemprego é preciso gerar, na região, 60 mil novos postos de trabalho por ano. ;O setor público, que já foi a força motriz da cidade, não é mais capaz de gerar emprego suficiente para absorver o crescimento da População Economicamente Ativa;, observou.
Para o Secretário de Políticas de Desenvolvimento Regional, Henrique Villa Ferreira, as ações necessárias para estimular o desenvolvimento e reduzir a discrepância hoje existente transpõem divisas. ;A integração deve ser sempre considerada quando pensarmos em políticas públicas. Caso contrário, não surtirá o efeito desejado;, explicou.
O deputado Rodrigo Rollemberg destacou o potencial consumidor da região, que é a terceira maior do país, além do potencial turístico de toda a área. ;É preciso uma política de substituição de importações, para passarmos a consumir o que produzirmos aqui;, explicou. O assessor econômico da Federação das Indústrias de Brasília (Fibra), Diones Cerqueira, ressaltou a importância da criação de indústrias e a capacitação de pessoal para estimular o desenvolvimento desejado. ;A indústria vai ser o principal agente do desenvolvimento da região, mas é preciso prever a participação do setor no Entorno de forma organizada e complementar à cadeira produtiva;, complementou.