postado em 05/04/2009 08:53
Com os juros nas alturas, os brasileiros parecem, finalmente, estar aprendendo a escolher melhor as modalidades de crédito. Tanto que a procura por cheque especial e por cartão de crédito, as opções de endividamento mais caras do mercado, caiu bastante em fevereiro na comparação com janeiro. Segundo o Banco Central (BC), as concessões de financiamento no cheque especial, com taxas anuais médias de 166,7% ao ano, recuaram, 3,6%. Já as operações com cartão de crédito, cujos encargos encostam nos 200% ao ano, desabaram 22,2%. ;As pessoas estão indo atrás de alternativas mais baratas, como o crédito pessoal. É um sinal muito importante;, diz o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
A procura por crediário para a compras de eletrodomésticos também diminuiu em fevereiro: 18,2%. É que, com o medo do desemprego, os consumidores estão priorizando itens dos quais não podem abrir mão neste momento. ;Não é a hora de se fazer dívida sem necessidade. Não podemos esquecer que, antes do estouro da crise mundial, as pessoas estavam se endividando demais, especialmente com a compra de automóveis. Até setembro do ano passado, o crédito vinha em uma trajetória explosiva;, destaca a economista-chefe do Banco ING, Zeina Latif.
Avaliando os números compilados pelo BC, os brasileiros só estão mostrando disposição para arcar com juros e comprometer parte do salário com dívidas se o objeto de desejo for a casa própria. Somente em fevereiro, as concessões de financiamento imobiliário cresceram 38,2%.